Vida Consagrada: Franciscanos querem criar um Centro Interpretativo no Convento do Varatojo

«Tem a particularidade de ser a casa religiosa mais antiga em Portugal a funcionar. É uma relíquia» – Frei Hermínio Araújo

Lisboa, 04 out 2024 (Ecclesia) – O guardião do Convento franciscano do Varatojo, em Torres Vedras (Patriarcado de Lisboa), disse hoje, dia 4 de outubro, data da memória de São Francisco de Assis, que querem criar um Centro Interpretativo da Vida Franciscana em Portugal.

“Temos muita vontade de fazer com que Varatojo, nos próximos tempos,  quase como uma marca destas celebrações dos quinhentos e cinquenta anos, possa funcionar como uma espécie de Centro Interpretativo da Vida Franciscana em Portugal”, disse frei Hermínio Araújo, em entrevista, esta sexta-feira, à Agência ECCLESIA.

O frade franciscano assinala que o dia 4 de outubro, o dia de São Francisco de Assis, é celebrado em todo lado e “de uma forma muito especial” no Convento de Santo António do Varatojo, porque há 550 anos, “no dia 4 de outubro de 1474, que de Alenquer, os 14 primeiros frades” foram fundar o novo convento em Torres Vedras.

“A primeira comunidade do Convento de São Francisco de Alenquer, que é um convento das origens, veio ainda no tempo de São Francisco, enviados por Francisco. E foi depois de Alenquer que foram fundar o Convento de São António do Varatojo”, assinalou o sacerdote.

“Tem a particularidade de ser a casa religiosa mais antiga em Portugal a funcionar, de todas as ordens religiosas. É uma relíquia”, acrescentou frei Hermínio Araújo.

Foto: Agência ECCLESIA/HM

O guardião do Convento do Varatojo salientou que os frades, da Província Portuguesa da Ordem Franciscana (OFM), gosta “muito de estimar, de valorizar” e que as pessoas conheçam, por isso, a vontade que “possa funcionar como uma espécie de Centro Interpretativo da Vida Franciscana em Portugal”.

“Há outras iniciativas em outros lugares do país mas gostamos muito de Varatojo  porque o espaço precisa de ser até valorizado, algumas peças até ser restauradas, conservadas, para valorizarmos cada vez mais porque, a mata do convento por exemplo, são espaços muito significativos para continuar a traduzir para os dias de hoje esta inspiração do santo de Assis”, desenvolveu o entrevistado, no Programa ECCLESIA desta sexta-feira, na RTP2, onde referiu-se também à Peregrinação da Família Franciscana Portuguesa, que se realiza este sábado e domingo, dias 5 e 6 de outubro, e assinalou o encerramento do Tempo ecuménico da Criação 2024.

A Província Portuguesa dos Franciscanos explica que a iniciativa da construção do Convento de Santo António do Varatojo foi de D. Afonso V, que cumpria o voto a Santo António, a quem pedira auxílio para as conquistas no norte de África.

Este convento franciscano, que criou dependências adaptadas e com recursos que permitem o acolhimento das pessoas e grupos que procuram uma experiência de silêncio, de recolhimento, ainda conserva, em excelente estado, a Bula de Sisto IV que, em 1472, fundava o novo mosteiro de Santo António do Varatojo, em Torres Vedras.

Os Frades Menores, também chamados de Franciscanos, são uma fraternidade de irmãos clérigos e leigos, de irmãos sacerdotes e não sacerdotes, com iguais direitos e obrigações, vivendo no dia-a-dia os votos de pobreza, castidade e obediência; em Portugal, onde têm atualmente 12 fraternidades, com a concordata entre os Estado Português e a Santa Sé, em 1941, é reconhecida pelo Estado como Corporação Missionária e adota a designação legal de Província Portuguesa da Ordem Franciscana.

PR/CB

 

Especial: Os Frades de Varatojo

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