Moçambique: Arcebispo da Beira pede aos líderes políticos uma «campanha eleitoral de propostas e não de agressão verbal»

D. Claudio Dalla Zuanna pede também respeito pela Constituição e pela Lei Eleitoral

Foto: Vatican News

Beira, Moçambique, 21 ago 2024 (Ecclesia) – O arcebispo da Beira, em Moçambique, disse que os líderes políticos que concorrem às eleições gerais de 9 de outubro devem divulgar “ideias e opiniões, propostas políticas e não-agressão verbal”, a campanha começa este sábado.

“Penso que os líderes devem ter cuidado e saber que a sua maneira de falar pode incidir, pode influenciar muito sobre a campanha eleitoral”, salientou D. Claudio Dalla Zuanna, esta terça-feira, citado pelo ‘Vatican News’, o portal de notícia do Vaticano.

A campanha para as eleições gerais de Moçambique – presidenciais, legislativas, para governadores e assembleias provinciais -, convocadas pelo presidente da república Filipe Nyusi para o dia 9 de outubro de 2024, vão decorrer de 24 de agosto a 6 de outubro,

O arcebispo da Beira lembrou que “todos” vão participar nesta campanha mas salientou que “os líderes que irão anunciar o seu programa eleitoral” devem prestar uma “particular atenção para que a campanha seja divulgação de ideias e opiniões, de propostas políticas e não-agressão verbal a outros”.

“Vamos dizer o que não está bem e o que queremos fazer melhor, queremos mudar, mas não vamos ofender ou insultar pessoas, são opiniões diferentes”, explicou.

O bispo da Diocese da Beira, a cidade capital da província moçambicana de Sofala, salienta que os líderes dos vários partidos “têm na mão instrumentos importante para conduzir a campanha”, e os cidadãos vão saber “entender e valorizar e responder”.

O ‘Vatican News’ informa que o arcebispo do país lusófono pediu também respeito pela lei eleitoral e o cuidado com a ordem pública aos órgãos eleitorais e à polícia, considerando que vai fazer com que o cidadão ganhe mais confiança e reduzir o nível de abstenções.

“Temos uma lei eleitoral que deve ser respeitada pelos órgãos competentes e a polícia de Moçambique no fundo é para o respeito e cuidar da ordem pública. Então, seguirmos as leis que Moçambique tem, a Constituição mas também a lei eleitoral. Que a verdade e a justiça sejam aplicadas e respeitadas”, desenvolveu.

Segundo D. Claudio Dalla Zuanna, os eleitores precisam “de um sinal”, precisam que o seu parecer seja respeito, porque isso “vai levar muitas pessoas a votar”.

“Se o parecer que a pessoa exprime no voto não é respeitado, vamos afastar as pessoas deste processo tão importante que é a eleição daqueles que nos vão representar e nos vão governar”, acrescentou o arcebispo, à margem das cerimónias dos 117 anos da elevação da Beira à categoria de cidade.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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