Açores: «Autoridades têm de proteger a segurança dos cidadãos e dos espaços públicos» – Reitor do Senhor Santo Cristo dos Milagres

Cónego Manuel Carlos Alves apelou a reforço da segurança pública após homem ser esfaqueado «em plena luz do dia», no centro de Ponta Delgada

Angra do Heroísmo, Açores, 20 ago 2024 (Ecclesia) – O reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, na Diocese de Angra, apelou hoje a um reforço da segurança pública na cidade açoriana de Ponta Delgada.

“A segurança pública está a falhar e a polícia poderá não estar a cumprir plenamente as suas competências. Julgo que o problema não é das leis mas da forma como as lemos”, disse o cónego Manuel Carlos Alves, no final da Missa no Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, citado pelo portal online ‘Igreja Açores’.

O sítio de informação da Diocese de Angra na internet contextualiza que um homem foi esfaqueado nas imediações do local de culto, esta segunda-feira, ao final da manhã.

O cónego Manuel Carlos Alves observou que “algo pode estar a falhar” e sublinhou que “todos” são responsáveis e não devem “desistir de fazer pressão para que o mal seja combatido”.

“O que aconteceu foi em plena luz do dia, numa rua e num lugar tão movimentados; não importa quem tem responsabilidades, quem deve ou não atuar ou de quem é culpado. Todos nós, desde os que fazem as leis, aos que a aplicam, até nós, cristãos, somos socialmente responsáveis e por isso não nos podemos demitir no combate ao mal”, assinalou o sacerdote.

O reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres em Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel, alertou para situações concretas de indigência e consumo de estupefacientes, que acontecem diariamente no Campo de São Francisco e nas imediações do santuário, e apelou a um “compromisso de todos” para que esse problema seja resolvido.

Não nos afastemos das nossas responsabilidades e apelemos junto das autoridades para que elas atuem dentro das suas competências. Precisamos de resolver os problemas, as pessoas não podem viver com medo; as autoridades têm de cumprir as suas funções de proteger a segurança dos cidadãos e dos espaços públicos”.

O portal ‘Igreja Açores’ informa que o aumento da indigência e do consumo de estupefacientes na cidade de Ponta Delgada “é uma evidência diária, tal como o aumento ao nível da região”, e lembra, segundo a Polícia Judiciária, em 2022, que mais de um terço das novas substâncias psicotrópicas apreendidas em Portugal, em 2021, foram recolhidas nos Açores, onde registaram substâncias “nunca vistas” na Europa.

Em março de 2023, havia 937 pessoas em programas de substituição opiácea, e “muitos deles paralelamente consomem drogas sintéticas”, disse a secretária regional da Saúde, Mónica Seidi, à Agência Lusa, destaca o sítio informativo da Diocese de Angra.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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