Papa: Francisco recorda 11 anos de pontificado conduzido «em colaboração com os Dicastérios»

Francisco deu entrevista à Província Chinesa da Companhia de Jesus onde afirma a sua vontade de visitar o país e elogia a fidelidade, a esperança e paciência do povo chinês

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 09 ago 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco deu uma entrevista à Província Chinesa da Companhia de Jesus onde fala do seu pontificado, “conduzido com a colaboração e escuta dos Dicastérios”, das críticas que recebe e enaltece a fidelidade do povo chinês.

“O grande povo chinês é um povo fiel, experimentou muitas coisas e permaneceu fiel, e deve levar adiante com paciência o seu legado”, uma herança de “esperança e paciência na espera”, afirmou em declarações departamento de imprensa da Província Chinesa da Companhia de Jesus.

Na entrevista realizada a 24 de maio, publicada hoje pelo portal Vatican News, o Papa confirma o seu desejo de visitar o país asiático, deslocar-se ao santuário de Sheshan dedicado a Nossa Senhora Auxiliadora, localizado no distrito de Song Jiang, próximo de Xangai, e encontrar-se com “os bispos e o povo fiel”.

Francisco fala dos 11 anos de pontificado, conduzido com a colaboração, a escuta e a consulta dos chefes dos Dicastérios mas não esconde que houve momentos de críticas e de “dor”.

“Saber delegar é muito importante. Quando se centra numa pessoa, a coisa não funciona. Saber escutar”, sublinha.

“As críticas sempre ajudam, mesmo que não sejam construtivas”, indicou, focando a sua utilidade para “refletir sobre o modo de agir”.

O Papa indicou a importância de “esperar e suportar”, mesmo com “dor”, as resistências “não apenas contra a minha pessoas mas contra a Igreja. São pouca gente”.

“As crises superam-se de duas formas: sai-se dela para cima, e nunca se sai só, mas ajudado e acompanhar-se. Deixar-se ajudar é muito importante. Os momentos de dificuldade ou desolação são sempre resolvidos com a consolação”, do Senhor, sugeriu.

O “enorme desafio” que foi a pandemia, mas também o “atual desafio” da guerra, lembrando os contextos da Ucrânia, em Mianmar e na Palestina, são a situações mais duras indicadas por Francisco que procura, reconhece, ultrapassar as contrariedades com “diálogo”, “paciência” e “humor”.

Na entrevista o Papa alerta para os perigos do “clericalismo e da mundanidade espiritual” que marcam o futuro da Igreja, “cada vez em menor número”.

“Esse é o pior mal que pode atingir a Igreja, pior até do que o tempo dos papas concubinos”, afirma.

Durante a entrevista à província chinesa dos Jesuítas, Francisco foca ainda as preferências apostólicas universais, indicadas em 2019 – promover os exercícios espirituais e o discernimento, caminhar com os pobres e excluídos, acompanhar os jovens na criação de um futuro de esperança e cuidar da Casa comum – e pediu que os quatro princípios sejam perseguidos de forma integrada, recordando que o acompanhamento, o discernimento e o sentido de missão são também os pilares da Companhia de Jesus.

LS

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