Jovens pedem mais atenção para a sua realidade

Organizações e movimentos sociais do mundo inteiro comemoram ontem o Dia Internacional da Juventude. O ano de 2008 foi declarado o Ano Ibero-americano da Juventude pela Organização Ibero-americana da Juventude (OIJ). Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a Rede latino-americana de Juventudes Rurais (Relajur) afirmou que actualmente se regista uma ampla institucionalização estatal na juventude no continente, através do apoio dos organismos internacionais a projectos relacionados com a juventude. No entanto, a Relajur lamenta que, neste contexto, “a juventude rural é muito pouco considerada”. Sendo a América latina uma região produtora de alimentos por excelência, “é exportadora de uma percentagem significativa dos alimentos no mundo e tem uma população rural significativa”. Segundo a Relajur, muitas experiências realizadas pelos próprios jovens rurais mostram o objectivo de melhores oportunidades. Por isso expressam o desejo de que as actividades programadas em torno das comemorações “dêem visibilidade à realidade da juventude rural” e se indiquem caminhos estratégicos para as sociedades latino-americanas. Recentemente, os jovens estiveram reunidos no I Encontro de Jovens Nordestinos Pela Paz. No final do encontro, foi divulgado um manifesto “Por outro Brasil possível”, na tentativa de “divulgar entre o povo brasileiro e por todo o mundo, a unidade do povo em torno da casa comum de toda a humanidade, a terra”. No documento, os jovens afirmam apoiar e abraçar todas as acções nas comunidades, escolas, igrejas e espaços públicos que promovam a construção de uma cultura de paz. Os jovens querem também apoiar as iniciativas em defesa da Amazónia. Os jovens pedem ainda a inclusão efectiva e permanente da educação sócio-ambiental nos currículos escolares do ensino básico e médio. Um relatório da Organização Internacional do Trabalho, divulgado em 2007, revelou que o desemprego, a informalidade e a inactividade limitam as oportunidades para a juventude e restringem o potencial da região em impulsionar o crescimento económico e em lutar contra a pobreza. De acordo com os números de 2007, dez milhões de jovens estavam desempregados na região, o que equivale a 16% da força de trabalho entre 15 e 24 anos, um nível três vezes superior ao dos adultos. Outros 30 milhões de jovens estavam empregados na economia informal, onde predominam as más condições de trabalho e 22 milhões de jovens não estudam nem trabalham, frequentemente devido à falta de oportunidade ou a reiteradas frustrações, colocando-os em situação de risco social.

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