Venezuela: «Santa Sé une-se» aos apelos da Conferência Episcopal Venezuelana, disse representante do Vaticano na Organização dos Estados Americanos

Novo comunicado dos bispos da Venezuela reafirma apelo pelo respeito da «dignidade de cada pessoa» e «pela vontade popular expressa nas urnas»

Foto EPA/Lusa

Washington, 01 ago 2024 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé junto à Organização dos Estados Americanos (OEA) apoiou a posição dos bispos venezuelanos, que emitiram um posicionamento sobre as eleições presidenciais, onde destacam a adesão e pedem a partilha dos resultados.

“A Santa Sé une-se ao que foi expresso pela Conferência Episcopal Venezuelana no seu comunicado, no qual constata a vocação democrática do povo venezuelano, demonstrada na participação massiva, ativa e cívica de todos os venezuelanos no processo eleitoral”, disse D. Juan Antonio Cruz Serrano, na sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA, divulgou, esta quinta-feira, 1 de agosto, o portal de notícias do Vaticano.

O observador permanente da Santa Sé junto à Organização dos Estados Americanos interveio durante a sessão extraordinária dedicada à Venezuela, sobre os resultados do processo eleitoral, esta segunda-feira, dia 31 de julho, em Washington, capital dos Estados Unidos da América.

Esta quarta-feira, os bispos da Venezuela reafirmaram que se mantêm “firmes” no apelo ao respeito pela “dignidade de cada pessoa”, manifestaram solidariedade “com a dor dos venezuelanos”, lamentaram “as mortes e os feridos”, e pediram “respeito pela vontade popular expressa nas urnas”.

“Unimos as nossas vozes às de todos aqueles dentro e fora da Venezuela que exigem um processo de verificação das atas de escrutínio, no qual participem ativa e plenamente todos os atores políticos envolvidos”, já tinha declarado a presidência da CEV, num comunicado oficial pós-eleições, publicado na segunda-feira.

D. Juan Antonio Cruz Serrano, observador permanente da Santa Sé junto à OEA, pediu a plena participação de todos os atores políticos para “dar testemunho da convivência democrática” e salientou que a manifestação das diferentes posições e reivindicações “deve ser realizada com as atitudes pacíficas de respeito e tolerância”.

“A Santa Sé sustenta que apenas o diálogo e a participação ativa e plena de todos os atores políticos envolvidos neste processo poderiam levar à superação da situação atual e testemunhar a convivência democrática no país.”

Nicolás Maduro venceu as eleições presidenciais na Venezuela, no domingo, dia 28 de julho, o atual presidente foi eleito para um terceiro mandato, mas ainda não foi apresentada “a totalidade dos registros eleitorais”, refere o ‘Vatican News’, e acrescenta que até esta quarta foram presas 1062 pessoas durante os protestos, informou o Ministério Público venezuelano, esta quarta-feira, enquanto a líder da oposição María Corina Machado pediu a seus seguidores que não caiam em provocações de violência durante as manifestações pacíficas.

O Centro Carter (Carter Center), convidado pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela para observar as votações, afirmou que “a eleição presidencial de 2024 na Venezuela não atendeu aos padrões internacionais de integridade eleitoral e não pode ser considerada democrática”.

“O Centro Carter não pode verificar ou corroborar a autenticidade dos resultados da eleição presidencial declarados pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE). O facto de a autoridade eleitoral não ter anunciado os resultados discriminados por secção eleitoral constitui uma grave violação dos princípios eleitorais”, explicou numa declaração a organização sem fins lucrativos, fundada (1982) por Jimmy Carter, antigo presidente dos Estados Unidos da América (EUA), citado pelo portal ‘Vatican News’.

CB

 

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