Centenas no adeus a D. Manuel Almeida Trindade

Bispos recordam figura incontornável da história recente da Igreja Católica A Sé de Aveiro encheu-se esta Quinta-feira para o último adeus a D. Manuel Almeida Trindade, falecido aos 90 anos de idade no passado dia 5 de Agosto, em Coimbra. As exéquias solenes foram presididas por D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa e, tal como o falecido prelado, antigo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). A cerimónia foi concelebrada por mais de 20 Bispos e dezenas de presbíteros, de várias dioceses. O féretro foi colocado no centro da Sé, virado para o povo, e numa mesa ao lado estava a sua mitra. 20 anos após a sua resignação como Bispo da Diocese, a Igreja aveirense não se esqueceu de comparecer no momento da despedida deste que D. Eurico Dias Nogueira lembra como “professor, reitor e Bispo precoce”. À Agência ECCLESIA, o Arcebispo emérito de Braga, que viveu com D. Manuel Almeida Trindade vários momentos marcantes, lembra o falecido “Bispo conciliar” como alguém que “dedicou a sua vida a anunciar o Evangelho”. D. Ximenes Belo, Bispo emérito de Dili e Prémio Nobel da Paz, lembrou por seu turno que o antigo presidente da CEP teve sempre “sentimentos de solidariedade” para com os católicos de Timor. Na homilia da celebração, D. José Policarpo disse que “estamos a celebrar a memória de um grande pastor da Igreja”. Tudo na vida cristã é instrumento de comunhão e D. Manuel Almeida Trindade foi “o pastor atento” e amigável. “A Igreja aprendeu com ele, visto que deixou um grito de renovação”, realçou o Cardeal-Patriarca, para quem o desaparecimento deste homem do Concílio deixa um “grande vazio”, por ter sido um dos principais transmisssores, no nosso país, desse grande acontecimento eclesial do século XX. A pagela distribuída na cerimónia lembrava um extracto da saudação pastoral proferida pelo falecido Bispo aquando do início do seu ministério episcopal em Aveiro, no ano de 1962. Nela, D. Manuel Almeida Trindade apresentava-se como “filho do povo” que “ganha o pão honestamente com o suor do seu rosto e à noite se recolhe para agradecer a Deus”. No final da celebração, o Bispo de Aveiro agradeceu ao Cardeal-Patriarca e a todos os Bispos que marcaram presença nas exéquias solenes deste “inesquecível prelado aveirense”. D. António Francisco dos Santos agradeceu também à Câmara de Aveiro por ter decretado um dia de luto municipal e pediu às “forças vivas” da Diocese para fazerem memória de D. Manuel Almeida Trindade, assegurando que “a sua presença actuante ficará na história da Igreja em Portugal”. Na cerimónia foi lida uma mensagem enviada pelo Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, onde se recorda o falecido Bispo como alguém que “serviu dedicadamente a Igreja”. D. Manuel Almeida Trindade é sepultado no jazigo da Diocese, no cemitério central de Aveiro, respeitando-se assim a sua vontade, expressa em testamento. Adormeceu para sempre o homem que ajudou a construir a comunhão. Aveiro despediu-se com palmas do seu Bispo. Notícias relacionadas • Faleceu D. Manuel de Almeida Trindade • D. António Francisco dos Santos recorda Bispo emérito de Aveiro • 26 anos de memórias com D. Manuel de Almeida Trindade • Homem de Igreja e de mudanças sociais • Bispo conciliar de «ousadia e missão»

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