Agosto: Mês da Mobilidade

Director da OCPM lembra que o país se transforma em total mobilidade com a chegada de muitos dos nossos compatriotas emigrados no estrangeiro Ao chegar o Verão, de forma particular ao mês de Agosto, Portugal transforma-se num país em total mobilidade com a chegada de muitos dos nossos compatriotas emigrados no estrangeiro, que vêm em visita de saudade à terra que os viu nascer. É por isso, que a Igreja portuguesa escolheu Agosto como o mês da mobilidade, celebrando já há 36 anos a Semana Nacional das Migrações, que este ano vai de 10 a 17 de Julho e acolhe o tema dos jovens migrantes, da Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado deste ano de 2008, e tem como ponto alto a Peregrinação dos Migrantes a Fátima de 12 e 13 de Agosto. Os tempos que correm, são tempos marcados por uma profunda crise económica global, onde muitas populações do mundo vivem empobrecidas ou no limiar da miséria. Esta realidade leva-nos a assistir a um permanente crescimento dos fluxos migratórios em direcção aos países da União Europeia, oriundos, sobretudo, de África, países do Leste europeu e América Latina. Estes fluxos são compostos, na sua grande maioria, por jovens que transportam consigo os seus sonhos e esperanças de encontrarem um lugar onde possam construir uma vida digna, isto é, onde possam viver a plenitude da sua dignidade humana. Muitas vezes estes sonhos morrem ao encontrarem, nos países de acolhimento, barreiras difíceis de transpor, tais como a dificuldade de encontrar trabalho digno, justamente remunerado; de conseguir um visto de residência ou mesmo atitudes de rejeição, exclusão, racismo, xenofobia, e tantos outros, promovidos por certos sectores das comunidades de acolhimento. A juventude, por natureza, é generosa, daí ser vulnerável a todo o tipo de exploração. Nesta situação encontramos, principalmente, um grande número de mulheres jovens que, devido à sua condição de migrantes, estão sujeitas a todo o tipo de exploração, muitas vezes reduzidas a situação de escravidão por redes criminosas de exploração sexual e de formas de trabalho degradantes da dignidade do ser humano. Neste Ano Europeu do Diálogo Intercultural somos convidados a acolher e dialogar com a riqueza cultural e vivência de fé que os jovens e os migrantes em geral trazem ao seio das nossas comunidades. Somos ainda convidados a dar testemunho duma Igreja universal, fraterna, onde não existe distinções nem discriminações, pois todos, independentemente da sua origem, cultura ou etnia, têm o mesmo Deus como Pai. Fr. Francisco Sales Diniz, ofm – director da Obra Católica Portuguesa de Migrações

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