D. Jorge Ortiga critica festas sem sentido religioso

D. Jorge Ortiga criticou o facto de, ao nível da Igreja, em geral, e, particularmente, ao nível da Arquidiocese de Braga, se organizarem muitas festas sem sentido do religioso. A preocupação do Arcebispo Primaz está na forma e no conteúdo de «muitas festas» realizadas nesta altura do ano, onde o intuito primordial não é «o encontro com o Senhor» nem a celebração da fé, mas o carácter profano e comercial, gastando-se na sua organização «rios de dinheiro». O Arcebispo de Braga falava assim na homilia da missa campal, que decorreu ontem junto à capela que pertence à paróquia de Esporões, em Braga, perante várias centenas de romeiros e devotos que subiram o Monte de Santa Marta para cumprir as suas promessas. A par disso, o prelado bracarense deixou também desafios à unidade sacerdotal, apresentando como exemplo e testemunho a presença, na celebração, de todos os párocos que trabalham na Zona Pastoral Oeste/Veiga, do arciprestado de Braga. Logo no início da celebração o Arcebispo Primaz referiu- se ao duplo motivo da celebração: por um lado, a festa de Santa Marta e, por outro, o encerramento das actividades daquela zona pastoral. A este respeito, D. Jorge Ortiga disse que «as comunidades paroquiais não devem trabalhar isoladamente mas em unidade», de modo que não se caia num «bairrismo» exagerado e não «se pense apenas na nossa paróquia». O Arcebispo salientou, por isso, o trabalho que se tem vindo a desenvolver ao nível da zona pastoral Oeste/Veiga. D. Jorge Ortiga referiu-se, ainda, à Palavra de Deus como uma das «necessidades mais urgentes do tempo actual». Uma das ideias realçada foi a de que as famílias têm «fome» e necessidade da Palavra de Deus, assim como de outras coisas que lhe asseguram a dignidade e a qualidade de vida. Neste sentido, defendeu que os crentes devem considerar a Bíblia como uma preciosidade, um tesouro a descobrir. O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) considerou que a festa litúrgica de Santa Marta está na linha do que o plano pastoral para o novo triénio propõe como objectivo. A atitude atarefada de Marta contrasta com a da tranquilidade e serenidade de Maria. Para D. Jorge Ortiga, Jesus não condena Marta mas, por ela, é como se pedisse a cada um dos crentes que saiba aliar as tarefas e os compromissos profissionais com a escuta e a meditação da Palavra de Deus. Nesse sentido, exortou a que os presentes saibam «dar lugar à Palavra de Deus» que deve, na vida de cada um, ser uma espécie de «bússola» orientadora.

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Agência ECCLESIA

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