Igrejas abertas, com horários mais adequados e novas linguagens, incluindo atenção aos ambientes digitais, são algumas das propostas dos congressistas
Braga, 02 jun 2024 (Ecclesia) – As conclusões do V Congresso Eucarístico Nacional (CEN), que se concluiu hoje em Braga, apontou sete “linhas orientadoras” para a Igreja Católica em Portugal, apresentando a celebração da Eucaristia como “escola de fraternidade e sacramento de unidade”.
“A Eucaristia celebrada na igreja tem de ser expressa para além das suas portas, através das respostas reais às necessidades concretas das pessoas, estendendo o seu abraço a todos, especialmente aos mais pobres, indefesos e os que estão afastados”, refere o documento, enviado à Agência ECCLESIA e divulgado online.
O V CEN, que se iniciou esta sexta-feira, decorreu 100 anos depois da sua primeira edição, também na arquidiocese minhota, com o tema ‘Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. «Reconheceram-n’O ao partir o Pão»’.
“O encontro comunitário na celebração do Domingo ultrapassa todas as fronteiras. Ao partilhar o pão, na mesa do altar, tornamo-nos companheiros de caminho e somos chamados a criar comunhão. A Eucaristia convoca todos, está aberta a todos e não afasta ninguém”, aponta o texto conclusivo.
Após três dias de encontro, os cerca de 1400 participantes cerca de 1400 participantes, de todas as dioceses portuguesas, apontam à celebração da Missa como mais do que um “preceito”, a cumprir nos domingos, pedindo “uma mais cuidada formação litúrgica.”
Outra linha apontada é a necessidade de “manter as igrejas abertas e revalorizar a adoração eucarística”.
Os horários de abertura das igrejas devem ser adequados ao ritmo do mundo de hoje, procurando estimular os momentos de oração pessoal e envolver os leigos, confrarias do Santíssimo Sacramento, catequistas e demais agentes pastorais na dinamização dos momentos de adoração eucarística comunitária”.
O V CEN assume a importância de “procurar o equilíbrio entre a Tradição e a necessidade de introduzir novas linguagens na liturgia”, convidando a integrar os jovens nesse processo de renovação e adequando a espiritualidade cristã “aos ambientes digitais e ao mundo secularizado”.
Os católicos são chamados a “garantir a autenticidade e coerência entre o que se vive e anuncia” e a “assumir a sinodalidade”.
“O amor dos crentes à Eucaristia acreditada, celebrada, adorada e vivida consolida a fraternidade, promove o perdão e a paz, tornando-se fonte inesgotável de esperança para o mundo”, acrescentam as conclusões.
O programa do V CEN incluiu conferências, painéis com testemunhos e workshops, momentos celebrativos e culturais; a Eucaristia de encerramento foi presidida pelo cardeal português D. José Tolentino de Mendonça, enviado especial do Papa, no Santuário do Sameiro.
O documento conclusivo propõe uma periodicidade mais regular na realização destes congressos, “esperando que seja um contributo para a construção da paz, da esperança e um veemente apelo à promoção de uma ecologia integral”.
OC