Igreja na Costa Rica pede que governo enfrente crise alimentar

Por ocasião do “Dia nacional para a alimentação e o direito à produção de alimentos”, a Conferência Episcopal da Costa Rica, associações de agricultores e outros organismos sociais dirigiram um apelo ao governo para que adopte medidas adequadas para enfrentar a crise alimentar. Na carta, afirma-se que “o enorme aumento dos preços prejudica as pessoas mais pobres, que já destinam quase a totalidade do seu rendimento à aquisição de alimentos e que não podem, portanto, enfrentar mais um aumento”. Além disso, reconhece-se que a agricultura, para os pequenos e médios produtores, “é o que garante emprego, rendimento, solidariedade e salvaguarda dos valores da democracia social” costa-riquenha. No entanto, nos últimos anos, a difusão de uma economia de livre mercado e a eliminação do carácter solidário do Estado teve como consequência o desmantelamento das instituições do sector agrícola, a deterioração da economia agrária, a degradação da família e da sua base religiosa, além de favorecer a urbanização, concentrando a riqueza e aumentando a desigualdade social. Para os Bispos, esta política produtiva promovida pelo governo levou “grande parte da população a correr o risco de ficar sem alimentos por duas razões: primeiro porque não há condições para produzi-los e, segundo, porque não há dinheiro para adquiri-los”. Tudo isso provoca “uma crise económica que produz uma grande insegurança alimentar, crise muitas vezes anunciada pelas organizações agrícolas, às quais os governos nunca deram a importância devida”. Por fim, bispos e agricultores pedem ao governo “um espaço de diálogo que permita elaborar uma estratégia a curto, médio e longo prazos, que resulte num programa integral de políticas públicas que garantam à população segurança alimentar, acesso aos campos, financiamento para a produção, preços acessíveis e ganhos suficientes para adquirir os alimentos”.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top