Editora de Política da Renascença lembra que as pessoas «estão à espera daquilo que foi prometido» na campanha e diz que «rua pode ficar muito hostil»
Lisboa, 05 abr 2024 (Ecclesia) – Susana Madureira Martins, da Rádio Renascença, assinala que “a expectativa é muito grande” em relação ao novo Governo português, que tem de “pensar nas pessoas” e no cumprimento das promessas eleitorais.
“Esta maioria relativa, por ser uma maioria relativa e por ter uma base de apoio parlamentar muito curta, vai ter que obrigatoriamente pensar nas pessoas ou não tem paz social, e a luta sindical vai ter muita importância. Ou Luís Montenegro responde mesmo a promessas eleitorais que fez, e rápido, ou, então, a rua pode ficar muito hostil”, disse a editora de Política da Renascença, em entrevista à Agência ECCLESIA.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dá posse aos novos 41 secretários de Estado do XXIV Governo Constitucional, esta sexta-feira, a partir das 18h00, no Palácio da Ajuda, em Lisboa; três dias depois da tomada de posse do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e dos seus ministros, na última terça-feira.
Susana Madureira Martins recordou que o presidente da República, na tomada de posse do novo executivo, fez um apelo para que as medidas prometidas na campanha eleitoral “fossem rápidas” para também obter “uma certa paz social perante ameaças e pequenas chantagens que se vão fazendo”.
“O tempo é muito curto porque a expectativa também é muito grande: As pessoas estão à espera daquilo que foi prometido para as Forças de Segurança, para os oficiais de justiça, para os professores, que já começam a ameaçar que se não houver resposta rápida a rua não vai ser fácil”, lembrou a jornalista.
A editora de Política da Rádio Renascença observa que o discurso dos “cofres cheios é a prazo” porque o dinheiro acaba a dada altura, “é possível responder a todos, mas se calhar não a todo momento, nem a toda a hora”, por isso, há expectativa em “ver como é que a maioria relativa consegue distribuir riqueza”.
“Os cofres estão cheios, mas o discurso da AD começa a ser o de é preciso ter cuidado e não se pode dar tudo a todos. Os dirigentes nacionais, e também toda a clique do PSD na comunicação social, tem vindo a defender que tem de haver alguma contenção no uso desse excedente orçamental, que é, sobretudo, destinado a abater a dívida pública”, desenvolveu a jornalista da emissora católica portuguesa.
No novo executivo destaca-se a criação do Ministério da Juventude e da Modernização, no Governo anterior, do Partido Socialista, a juventude era uma Secretaria de Estado, na tutela do Ministério dos Assuntos Parlamentares.
“É muito importante, agora, resta saber o que é que vai fazer a ministra da Juventude e da Modernização, Margarida Balseiro Lopes. Ainda não sabe muito bem que pasta é aquela da juventude e o que é que quer fazer, é talvez a maior incógnita deste governo, qual é a substância daquela pasta e daquela tutela”, comentou a editora de Política, no Programa ECCLESIA, transmitido esta quinta-feira na RTP2.
Susana Madureira Martins destaca que “há um peso” que é dado com a criação deste ministério e realça que Luís Montenegro, durante a campanha eleitoral, “foi dando uma importância muito grande à juventude”, o eleitorado jovem “está a ser muito conquistado pelo Chega” e o novo primeiro-ministro quer “reconquistar esse eleitorado”, provavelmente, através de medidas fiscais, como “o reforço do IRS Jovem”.
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