Coimbra: Bispo louva perseverança daqueles que «nasceram numa Igreja de cristandade maioritária» e seguiram em frente «pelo caminho da fé»

«Hoje, ser cristão, acreditar na ressurreição de Jesus e viver da fé, fé que é sempre um dom, é também sempre fruto de uma decisão pessoa» – D. Virgílio Antunes

Coimbra, 01 abr 2024 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra saudou, na Vigília Pascal a que presidiu na cidade, no Sábado Santo, a “perseverança dos que nasceram numa Igreja de cristandade maioritária e seguiram em frente com humildade e decisão pelo caminho da fé”.

“Se porventura, noutros períodos da história, a fé cristã podia fazer parte de um húmus cultural de que todos participavam, de facto, hoje, ser cristão, acreditar na ressurreição de Jesus e viver da fé, fé que é sempre um dom, é também sempre fruto de uma decisão pessoal”, afirmou D. Virgílio Antunes, na homilia da celebração divulgada pela Diocese de Coimbra.

O bispo assinala que, atualmente, “é frequente haver estupefação geral quando alguém cultural ou socialmente considerado, publicamente se declara crente. Mais ainda, quando se declara cristão, e a estupefação é agravada, se porventura se declara praticante”.

Damos graças a Deus pela perseverança dos que nasceram numa Igreja de cristandade maioritária e seguiram em frente com humildade e decisão pelo caminho da fé. Damos graças a Deus, de um modo especial, nesta Vigília, pelos eleitos que vão fazer a sua profissão de fé, que vão celebrar a sua entrada na igreja e que querem ser fiéis à graça de se tornarem discípulos de Jesus Cristo”

D. Virgílio Antunes fala que, no presente, pautado por “alguma indiferença religiosa que pode ter a marca do agnosticismo ou da secularização, discute-se pouco o significado da ressurreição de Jesus, por ser, nesse contexto cultural, um acontecimento irrelevante”.

O bispo diocesano aborda o facto de que custa a muitos acreditar que “alguém possa acreditar que Jesus ressuscitou e está vivo” e que, neste tempo, alguém conduza a sua vida com base nesta certeza de fé”, no entanto, “grande obra da graça de Deus”, muitos cidadãos de “todas as latitudes” continuam a acreditar que Jesus ressuscitou e que Ele está vivo.

“A celebração da Páscoa do Senhor traz-nos de novo o convite à vivência de uma fé viva, ativa, comprometida com o dom que recebemos. Esta é a condição humana para a nossa perseverança e, ao mesmo tempo, para que colhamos a felicidade que ela nos dá e demos ao mundo as razões da nossa esperança”, destacou.

A Vigília Pascal foi marcada pela realização de batismos, tendo D. Virgílio Antunes impelido a quem tomou a decisão inicial a ser perseverante.

“Se porventura fomos levados ao Batismo, ainda antes de termos o discernimento da nossa vontade, é sempre tempo de nos deixarmos enraizar em Cristo por meio de uma decisão consciente e livre em cada um dos nossos dias. Uns e outros havemos de ser igualmente perseverantes com a força do Espírito que habita em nós”, acrescentou.

No final da homilia, o bispo diocesano desejou que a Páscoa seja a inspiração de vida de que o nosso mundo precisa, um mundo “frequentemente envolto nas mais densas trevas de morte: nestas guerras que aniquilam multidões indefesas, nas culturas que matam seres humanos indefesos, nos comportamentos perniciosos que destroem esperanças legítimas” e “nas perseguições étnicas ou religiosas que impedem as pessoas de serem livres e felizes”.

“Alegremo-nos, por isso, com Cristo ressuscitado e peçamos-lhe a graça da perseverança no caminho da fé batismal, essa fonte da nossa vida e fonte de vida para o mundo todo”, concluiu.

LJ/OC

 

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Agência ECCLESIA

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