«A liturgia desta noite santa manda-nos cantar o anúncio mais importante da história: o Senhor ressuscitou verdadeiramente», referiu
Angra do Heroísmo, Açores, 30 mar 2024 (Ecclesia) – O bispo de Angra afirmou, na celebração da Vigília Pascal, na Sé diocesana, nos Açores, que Jesus é a “esperança nova” que sai esta noite do túmulo e que só Ele pode indicar o caminho nesse sentido.
“Nesta noite santa, sai do túmulo uma esperança nova, que para nós tem um nome, um único nome: Jesus, o Senhor! Só o Senhor, que passou por todas as paixões dos homens, que experimentou e tomou sobre si todas as aflições, até ao ponto de sentir a solidão e o abandono de Deus e dos homens, pode indicar-nos o caminho da esperança, dando à nossa vida uma orientação de espírito e de coração”, disse D. Armando Esteves Domingues.
Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o bispo diocesano referiu que a Páscoa é “verdadeiramente a passagem a uma nova criação: das trevas do mal ergue-se uma criatura livre que participa da glória eterna, germina uma nova criação em que tudo será redimido, elevado, transformado, pacificado e imerso em Deus”.
O Ressuscitado assegura-nos um destino de vida. Não um regresso à vida atual, mas uma ressurreição verdadeira, plena, total, da nossa carne, do nosso corpo, do mundo inteiro”
Segundo D. Armando Esteves Domingues, “Ele é a grande esperança da humanidade. A morte já tem o seu contrapeso de vida e diz-nos que toda a crise já tem a sua superação e toda a tristeza já tem a sua alegria”.
Na celebração, o bispo fez também referência ao “alegre canto do Aleluia” que durante a noite ressuou de novo na catedral.
“Mesmo se o poder destruidor do mal ainda não acabou, mesmo se tantos continuam a chorar sob o peso da sua vida carregada de sofrimento e dor, mesmo se as nossas fragilidades não desaparecem magicamente, a liturgia desta noite santa manda-nos cantar o anúncio mais importante da história: o Senhor ressuscitou verdadeiramente! Deixemo-nos guiar pelos olhares relatados”, convidou.
D. Armando Esteves Domingues destacou que é preciso coragem a cada cristão para enfrentar “os olhares de desespero de quem chora a morte dos filhos ou de quem não tem os mínimos para lhes dar uma vida digna”.
“É preciso coragem para limpar as lágrimas de alguém querido e já moribundo, para olhar os olhos tristes de um idoso abandonado, para sentir dentro de nós o peso dos nossos limites e pecados, e, mesmo assim cantar: Cristo ressuscitou, Aleluia”, frisou.
O bispo referiu que hoje se canta a certeza de que “o grito de alegria da noite de Páscoa proclama que todos os abismos do mal no mundo já foram engolidos por um abismo de bem”.
“Este canto é um milagre que se torna possível! É possível se não confundirmos esperança com otimismo, alegria com euforia, paz com sucesso”, salientou D. Armando Esteves, que aludiu ao político e poeta Václav Havel, que diz que “a esperança não é otimismo”.
“A esperança é a certeza de que o que estamos a fazer tem um significado. Quer tenha sucesso ou não”, citou.
“A esperança dá significado à vida como à morte, à tristeza como à alegria, à luta por melhores condições de vida e à ajuda a quem não consegue habitação, alimentos e educação adequada”, sustentou o bispo diocesano.