Bragança-Miranda: «Não nos calemos para defender a dignidade da vida», pediu bispo diocesano

D. Nuno Almeida alertou para os «muitos ‘calvários’ e ‘infernos’» deste tempo

Foto BLR/SDCS

Bragança, 29 mar 2024 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda incentivou hoje ao “amor”, na celebração da Paixão do Senhor e Adoração da Cruz de Sexta-feira Santa, que perante os “calvários” e os “infernos” atuais, na celebração que presidiu na catedral.

“Jesus aceita a cruz com liberdade e amor. Sobe ao calvário e desce aos infernos. Quais são hoje os nossos ‘calvários’ e a que ‘infernos’ urge o Senhor descer para salvar?”, perguntou D. Nuno Almeida, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.

O bispo de Bragança-Miranda explicou aos participantes da celebração da Paixão do Senhor e Adoração da Cruz que Jesus entrega-os também ao mundo “com a missão de não passar ao largo e olhar para outro lado” perante os “calvários” e os “infernos” deste tempo.

“Perante as atuais cruzes e outros instrumentos de tortura e morte. Esses instrumentos chamam-se hoje: guerras, fome, prepotência, dominação, escravidão, indiferença e falta de vontade real e eficaz de baixar da cruz a tantas pessoas crucificadas”, indicou, na homilia intitulada ‘Perante os “calvários” e “infernos” atuais: O amor em Sim maior!’.

Neste contexto, D. Nuno Almeida recordou que uma jovem sobrevivente do “terrível atentado” de Moscovo lançou um “forte e emocionado apelo”, através da televisão – “sejamos mais bondosos e mais humanos uns para com os outros, não esperemos por momentos dramáticos como aquele que vivemos” – e a “oração de clamor” perante as imagens de um bebé desnutrido “num dos miseráveis hospitais de Gaza”.

“Cristo foi morto injustamente e, por isso, temos obrigação de dizer que quem ofende e suprime a vida do Homem ofende e suprime a Cristo. Não nos calemos para defender a dignidade da vida. Precisamos de uma ardente e corajosa ação educativa em favor da vida”, acrescentou, citando as “palavras atualíssimas” do Concílio Vaticano II, na ‘Gaudium et Spes’ (GS 27), que podem ajudar.

Na catedral diocesana, em Bragança, para a Paixão do Senhor e Adoração da Cruz, o bispo diocesano explicou que a celebração desta Sexta-feira Santa ensina que “há três tipos de sofrimento: o que nós provocamos ou sofremos por causa dos outros, o sofrimento que está na natureza, o sofrimento necessário para um bem maior”.

“O primeiro há que evitá-lo sempre, o segundo há que aceitá-lo, o terceiro é preciso assumi-lo corajosamente. A dor faz parte da vida. O mais importante é o modo como enfrentamos o sofrimento. A atitude que temos está do nosso lado. Porque é que Jesus suportou tanta dor? Por amor! Quem percorre o caminho do amor tem muitas vezes de enfrentar situações muito difíceis. Quem se decide contra a violência parece que pertence ao grupo dos perdedores e até poderão troçar dele. Mas é este o caminho certo. Jesus, para salvar o mundo, toma sobre Si o sofrimento.”

D. António Montes Moreira, bispo emérito da Diocese de Bragança-Miranda, também esteve presente nesta celebração que foi animada liturgicamente pelo Coral Brigantino; no final na catedral realizou-se a veneração da Relíquia de Cristo Morto, com uma reflexão a partir das ‘Sete Interrogações de Quem nos espera’, informou o Secretariado diocesano das Comunicações Sociais.

CB

 

Bragança-Miranda: Homilia de D. Nuno Almeida na celebração da Paixão do Senhor

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Agência ECCLESIA

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