Bento XVI nos EUA

Visita histórica passa pela Casa Branca e a sede da ONU Bento XVI chegou esta Terça-feira aos EUA, para iniciar uma visita de seis dias ao país, que inclui actos públicos em Washington e em Nova Iorque. O voo que trouxe o Papa desde Roma aterrou alguns minutos antes das 16h00 horas locais (mais cinco em Lisboa), exibindo bandeiras dos EUA e do Vaticano no cockpit. Não está prevista nenhuma cerimónia oficial de boas-vindas, adiada para Quarta-feira, ou qualquer outro compromisso oficial, para que o Papa possa recuperar da longa viagem. A última visita de um Papa aos EUA aconteceu em 1999, quando João Paulo II passou por Saint Louis. À espera de Bento XVI estavam George W. Bush e a sua mulher, com uma das suas filhas, algo que acontece pela primeira vez no caso de um dignatário estrangeiro na Andrews Air Force Base. Presentes também os Bispos da presidência da Conferência Episcopal local e algumas centenas de pessoas, que saudaram efusivamente o Papa, chegando mesmo a entoar o “Parabéns a você”. Bento XVI partiu, em seguida, para a Nunciatura Apostólica, em Washington. Em três anos de pontificado, esta é a oitava viagem do actual Papa fora da Itália, depois da Alemanha (Colónia), Polónia, Espanha, Alemanha (Baviera), Turquia, Brasil e Áustria. Casa Branca Quarta-feira, dia do seu 81.º aniversário, Bento XVI é recebido, de manhã, numa cerimónia de boas-vindas no South lawn da Casa Branca, pelo presidente norte-americano, George W. Bush. Será a segunda vez que um Papa se desloca à Casa Branca, depois da visita de João Paulo II, em Outubro de 1979, na presidência de Jimmy Carter. Do ponto de vista diplomático, malgrado as divergências sobre a guerra no Iraque, a Santa Sé e os EUA têm reforçado as suas relações – a Nunciatura Apostólica apenas existe, como tal, desde 1984 -, sobretudo em campos como a defesa da vida e o papel da religião na vida pública. Em finais de Fevereiro, ao receber a nova embaixadora norte-americana no Vaticano, Bento XVI pediu uma completa eliminação das armas nucleares, considerando que a corrida aos armamentos e o terrorismo ameaçam “o progresso da família humana”. O Papa apelou a uma solução para as tensões no Médio Oriente, desejando que a recente conferência de Annapolis seja “o primeiro de uma série de passos rumo a uma paz duradoura na região”. Do discurso papal saiu ainda um apelo a “confiar e comprometer-se” em favor do trabalho desenvolvido pelos organismos internacionais, como a ONU. Para Bento XVI, a “liderança” dos EUA no seio da comunidade internacional deve guiar-se pelos “princípios da lei moral natural”, no sentido da “solidariedade”, destacando que este país nunca escondeu os valores religiosos que estão na base das suas próprias convicções democráticas. O Papa pediu a redução das despesas militares, em favor de um apoio “mais sólido” às nações pobres – algo que repetiu no passado Sábado – confessando apreciar “os notáveis esforços dos EUA destinados a descobrir meios criativos para aliviar os graves problemas que afligem tantos povos e nações no mundo”. Bento XVI afirmou, por outro lado, que a defesa da vida está no “ADN dos EUA”, pedindo esforços contra o aborto e a eutanásia, bem como na defesa “da família fundada no matrimónio entre homem e mulher”. O Papa sublinhou o “histórico apreço” dos norte-americanos pelo papel das religiões nos debates públicos, criticando visões que limitam a “dimensão moral das questões sociais” em nome de uma perspectiva limitada “da vida política e do debate público”. Vídeo da chegada FOTO: Lusa

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