UCP: Presidente da Academia Pontifícia das Ciências Sociais sublinha importância da dimensão espiritual na relação com progresso técnico

Irmã Helen Alford e Rui Chafes receberam doutoramento «honoris causa»

Foto UCP/Filipe Amorim

Lisboa, 01 fev 2024 (Ecclesia) – A Universidade Católica Portuguesa (UCP) atribuiu hoje o doutoramento “honoris causa” à irmã Helen Alford, pela sua investigação sobre o impacto da ética e do pensamento social cristão nos domínios da gestão, da sustentabilidade e da inteligência artificial.

“Precisamos de dar uma atenção adequada à dimensão técnica da vida, mas com um enquadramento básico, determinado pela nossa dimensão espiritual. É no reino do espírito que descobrimos o objetivo da técnica e a porta da transcendência se abre”, indicou a religiosa dominicana, presidente da Academia Pontifícia das Ciências Sociais, por nomeação do Papa Francisco, desde abril de 2023.

Helen Alford, formada em Engenharia de Gestão pela Universidade de Cambridge, é especialista em ética empresarial.

“As ciências do ser humano, as ciências sociais, são centrais para o meu desenvolvimento”, indicou a homenageada, que se mostrou “muito honrada” com a distinção da UCP.

A religiosa elogiou os valores que norteiam o Plano de Desenvolvimento Estratégico da UCP (2020-2025) que captam uma “tensão saudável, na tradição cristã”, para dar lugar a novas possibilidades e ideias, “desafiando cada um a ser mais responsável”.

“Sinto que encontro uma nova casa”, concluiu.

A atribuição do título honorífico decorreu esta tarde, numa cerimónia realizada no âmbito do Dia Nacional da Universidade Católica Portuguesa.

Carla Cardoso, madrinha da nova doutora, apresentou o percurso académico da irmã Helen Alford, e o seu esforço de colocar “o Evangelho em prática”, nas suas áreas de investigação, com atenção à doutrina social da Igreja.

A docente da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais destacou o desenvolvimento de critérios de reflexão e ação que passam pela “prioridade” à dignidade humana, em particular na abordagem ao mundo do trabalho.

Foto UCP/Filipe Amorim

Nesta sessão académica, a UCP atribuiu ainda o grau de doutor “honoris causa” a Rui Chafes, escultor português, vencedor do Prémio Pessoa em 2015.

“A obra de Rui Chafes é marcada pela procura da integração das suas esculturas diretamente na natureza ou em situações arquitetónicas concretas e, sobretudo, pela utilização maioritariamente do ferro, quase sempre pintado de negro baço, sendo esta uma das singularidades primeiras da sua marca autoral”, indica uma nota divulgada pela instituição académica.

O novo doutor teve como padrinho Nuno Crespo, da Escola das Artes da UCP.

Rui Chafes manifestou a “maior admiração” pelos que se dedicam a ensinar os outros, sublinhando a importância de “dignificar” estes profisisonais.

“As palavras educar, ensinar, formar, só fazem sentido numa instituição se esta se conseguir manter sempre viva e alerta, desperta para a mudança”, sustentou.

A sessão foi encerrada pela ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que elogiou os dois homenageados com o “honoris causa”, que simbolizam “pessoas insatisfeitas, que buscam sempre a perfeição”, na arte como na investigação.

Elvira Fortunato saudou a UCP como “uma instituição que se tem distinguido pela excelência da formação, mas também da investigação científica realizada”, com um papel “determinante” em Portugal.

“Mais investigação significa mais inovação”, sustentou, pedindo o desenvolvimento de uma ciência que vise “o bem comum”.

A ministra desejou que a UCP permaneça sempre “insatisfeita e, acima de tudo, muito irrequieta”.

O Dia Nacional da UCP celebra-se no primeiro domingo do mês de fevereiro, este ano sob o lema “Uma Nova Coreografia do Saber”.

OC

Notícia atualizada às 18h18

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Agência ECCLESIA

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