Na ocasião, Francisco também pode visitar Timor-Leste, o presidente do país lusófono disse que «é preciso acertar a logística» entre Santa Sé, governo e Igreja
Cidade do Vaticano, 26 jan 2024 (Ecclesia) – O diretor da Sala de Imprensa do Vaticano disse que está “sendo estudada uma viagem” do Papa Francisco a Papua Nova Guiné, em agosto, após um anúncio do ministro dos Negócios Estrangeiros desse país que recebeu uma “nota oficial” da Santa Sé.
“Uma viagem que está sendo estudada; em fase muito preliminar, então não tenho indicações mais precisas sobre os países que serão visitados”, disse Matteo Bruni aos jornalistas, divulga o portal ‘Vatican News’.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Papua Nova Guiné, Justin Tkatchenko, revelou que o governo do país recebido uma “nota oficial” sobre uma visita de três dias, que o Papa Francisco poderia fazer no verão, viajando para a capital Port Moresby e outras cidades do norte.
“Estamos trabalhando em estreita colaboração com o escritório do Núncio Apostólico. Uma equipa foi montada e se reunirá para examinar todos os aspetos da visita”, acrescentou o responsável político.
O diretor da Sala de Imprensa do Vaticano recordou que foi o Papa que, em algumas entrevistas, revelou a intenção de viajar para o sudoeste do Pacífico, como, no dia 14 de janeiro, ao programa ‘Che tempo che fa’, do canal Nove, na Itália, projetou uma viagem à Polinésia, em agosto, acrescentando que a sua primeira visita à Argentina após a eleição pontifícia, em 2013, deve acontecer “na segunda metade do ano, porque agora há uma mudança de governo, há coisas novas”.
Segundo Matteo Bruni, nesta entrevista o Papa queria dizer Papua Nova Guiné e não Polinésia, e recordou ainda que, em outubro de 2021, Francisco disse, à agência de notícias argentina Telám: “Ainda tenho que pagar a conta atrasada da viagem a Papua Nova Guiné e Timor Leste”.
“Sempre pensei que se vê o mundo mais claramente da periferia e, nesses últimos sete anos como Papa, eu o vi com meus próprios olhos”, referiu nessa entrevista.
O Vaticano informa que na Papua Nova Guiné, a Igreja Católica está no país há mais de 150 anos, atualmente, em 19 dioceses e a Conferência Episcopal está unida às Ilhas Salomão; é o segundo maior estado da Oceânia, com mais de nove milhões de cristãos, a maioria é protestante mas mantêm muitas crenças tradicionais animistas ou espirituais, e no centro do Parlamento conservam uma versão da Bíblia do Rei Tiago encadernada em couro de bezerro.
No início desta semana, no dia 22 de janeiro (segunda-feira), o Papa recebeu o presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, que se encontrou ainda com os responsáveis da diplomacia da Santa Sé, no Vaticano.
Segundo nota oficial, divulgada pelo Vaticano, durante estas reuniões “foram sublinhadas as boas relações existentes entre a Santa Sé e Timor-Leste e a contribuição que a Igreja Católica oferece diariamente ao país”.
Francisco teve uma viagem prevista a Papua Nova Guiné, com passagens por Timor-Leste e Indonésia em 2020, que foi adiada devido à pandemia de Covid-19, esperando-se que passe pelo país durante a visita apostólica que vai realizar à polinésia, em agosto.
“Foi um encontro muito agradável. Foi uma conversa demorada, para além do comum, onde trocámos impressões sobre tudo e onde falei sobre a situação em Timor Leste, que ele aliás conhece bem; É preciso acertar a logística entre a Santa Sé, governo timorense e Igreja de Timor para realizar a visita papal”, disse José Ramos-Horta, em declarações à Rádio Renascença, a emissora católica portuguesa.
CB
Vaticano: Papa recebeu presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta