Algarve/Liturgia: Agentes pastorais refletiram sobre «os ministérios numa Igreja sinodal»

«A comunhão de cada atividade, serviço ou ministério com o todo eclesial é condição imprescindível para a sua existência e continuidade» – Padre Mário de Sousa

Foto: Folha do Domingo/Samuel Mendonça

Faro, 26 dez 2023 (Ecclesia) – A Diocese do Algarve, através do Departamento da Pastoral Litúrgica, realizou uma jornada, intitulada ‘Os ministérios numa Igreja sinodal’, com três conferências e formação específica para cerca de 90 participantes, este sábado, no Centro Pastoral de Pêra.

“Se numa paróquia ou diocese, os ministérios não estão a contribuir para a evangelização e edificação da comunidade há qualquer coisa que tem de ser revisto. A comunhão de cada atividade, serviço ou ministério com o todo eclesial é condição imprescindível para a sua existência e continuidade ou não”, disse o padre Mário de Sousa, um dos três conferencistas, informa o jornal ‘Folha do Domingo’.

‘Eu estou no meio de vós como quem serve’ foi o tema da conferência apresentada pelo sacerdote da Diocese do Algarve, que destacou que os carismas, ministérios ou serviços têm na Igreja a dupla finalidade de “evangelização e edificação da comunidade e, consequentemente, da sua unidade”.

“O fundamental é que todos os serviços são carisma. É um dom do Espírito Santo que é dado não para prestígio pessoal e para a satisfação das necessidades e protagonismos de cada um, mas para a edificação do único Corpo de Cristo”, desenvolveu o cónego Mário de Sousa, sacerdote biblista que assinalou que “os ministérios têm um caráter temporal, cultural”.

O padre António de Freitas apresentou o tema ‘Os ministérios laicais para uma Igreja ministerial’, onde começou por lembrar que os ministérios laicais instituídos são três – leitor, acólito e catequista, na Jornada de Pastoral Litúrgica da Diocese do Algarve sobre o tema ‘Os ministérios numa Igreja sinodal’.

“Temos de perceber cada um dos ministérios com esta tripla dimensão: profética, litúrgica e caritativa; o leitor não exerce o seu ministério quando se limita a ler a palavra de Deus numa celebração”, disse o sacerdote, afirmando que “não” podem “continuar a ter ministérios que apenas servem para aparato litúrgico”.

Neste contexto, o padre António de Freitas explicou que o exercício do ministério do acólito “não se confina à liturgia quando pode preparar outros irmãos catequizandos para receberem os sacramentos” ou levar a comunhão a doentes, a idosos ou a presos, enquanto o catequista instituído “deve exercitar o ministério integrando as outras duas dimensões”.

O sacerdote, que acrescentou a dimensão sinodal ao seu tema e reflexão, afirmou que “é importante” que esta dimensão “esteja bem presente no chamamento, discernimento e acompanhamento dos percursos vocacionais” e perceberem que os ministérios “trabalham todos para a comunhão e unidade da Igreja” ou fazem “precisamente o contrário” daquilo que lhes compete.

O cónego Carlos de Aquino apresentou a conferência ‘a espiritualidade litúrgica dos serviços e ministérios’ e salientou que “a vida espiritual não se reduz à participação na sagrada liturgia”.

“A espiritualidade litúrgica é a realização do mistério de Cristo na liturgia, sabendo que ela é o cume para o qual se dirige toda atividade da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte de onde provém toda a força. Se não celebramos Cristo e este encontro, somos mais deficientes na unidade e na comunhão, desenvolveu o sacerdote algarvio.

O Departamento Diocesano da Pastoral Litúrgica organizou ainda duas formações específicas os cerca de 90 participantes da Jornada de Pastoral Litúrgica, uma para catequistas, orientada pelo padre Pedro Manuel, e outra para leitores, cantores e acólitos, pelo cónego Carlos Aquino, sacerdote que apresentou também uma conferência sobre a espiritualidade litúrgica dos serviços e ministérios, lê-se o jornal ‘Folha do Domingo’.

O cónego Carlos de Aquino, que é o diretor do Departamento Diocesano da Pastoral Litúrgica do Algarve, afirmou que é “importante que esta formação continue”, assinalando que “há formação contínua em cada zona pastoral” manifestou a o departamento “está sempre disponível a ir a qualquer paróquia a convite do pároco para ajudar nesta missão”.

CB/OC

 

Notícia atualizada 09 janeiro 2024

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Agência ECCLESIA

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