Taizé: Conselho Mundial de Igrejas encoraja o «contínuo caminho ecuménico», num momento de «particular dor» para a Europa

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Papa Francisco e secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também escreveram mensagens para os jovens e para a comunidade monástica

Taizé, França, 29 dez 2023 (Ecclesia) – O secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) disse aos participantes do Encontro Europeu 2023, da Comunidade de Taizé, que o mundo precisa “da sua juventude e visão, verdade e prontidão para abraçar a vida e servir a humanidade”.

“Encontram-se num momento de particular dor para a Europa – e na verdade para o mundo. Mais uma razão, então, para nos unirmos na fé. O mundo precisa de você, da sua juventude e visão, da sua verdade e prontidão para abraçar a vida e servir a humanidade”, escreveu o reverendo Jerry Pillay, teólogo e professor sul-africano, na mensagem publicada online por Taizé.

O secretário-geral do CMI encoraja o “contínuo caminho ecuménico” e salienta que “nestes dias de desafio”, quando tantos encontram “a dor e o desespero”, alguém deve “defender a esperança”.

‘Caminhando juntos’, é o tema do 46.º Encontro Europeu organizado pela comunidade ecuménica de Taizé, no final de mais um ano; a iniciativa que começoou esta quinta-feira, 28 de dezembro, decorre em Liubliana, capital da Eslovénia, até dia 1 de janeiro de 2024.

O Conselho Mundial de Igrejas une este encontro anual de final de ano de Taizé, que faz parte da sua ‘Peregrinação de Confiança através da Terra’, à sua própria peregrinação: “Caminharemos juntos. Rezaremos juntos. Trabalharemos juntos pela justiça, paz e reconciliação”.

A capital eslovena foi escolhida pelos monges de Taizé como “símbolo e ponte de diálogo” na Europa, evocando o encontro de 1987, em Liubliana, antes da queda do muro de Berlim; além de cerca de 200 jovens da Ucrânia, são esperados participantes russos e bielorrussos.

A comunidade monástica francesa recebeu várias mensagens de responsáveis cristãos, o patriarca ecuménico Bartolomeu, o arcebispo de Cantuária, Justin Welby, a secretária-Geral da Federação Luterana Mundial, Anne Burkhardt, e líderes políticos, como o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, que afirma que, por “todo o mundo, os jovens estão a liderar o caminho – levantando a voz para a mudança, criando soluções e abrindo caminho para um futuro melhor”.

O Papa Francisco desafiou os jovens europeus a contrariar a lógia da guerra, para construir um “mundo diferente”, recordando a JMJ Lisboa 2023, na mensagem que enviou para este encontro através do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin

A presidente da Comissão Europeia lembra a COP 28, “o fosso entre o norte e o sul, o leste e o oeste”, a guerra que regressou à Europa e ao Médio Oriente, o anti-semitismo, o racismo e o ódio anti-muçulmano.

“A fé é usada para separar as pessoas, em vez de uni-las; Mas a resignação não é a resposta. Devemos redobrar os nossos esforços para reunir pessoas de diferentes origens; O espírito da nossa União é o espírito de Taizé”, salienta Ursula von der Leyen, que visitou a comunidade monástica em Taizé, nos dias 26 e 27 de agosto de 2022.

comunidade de Taizé, em França, a cerca de 360 quilómetros de Paris, congrega uma centena de monges, de várias Igrejas cristãs e de mais de 30 países, incluindo Portugal, o irmão David, unidos como “sinal de reconciliação entre os cristãos e os povos separados”.

Foi fundada a 20 de agosto de 1940, por Roger Schutz, pastor protestante suíço, e começou por acolher perseguidos políticos, judeus e mais tarde prisioneiros alemães.

CB/OC

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