Igreja chinesa em destaque no Coliseu

Textos do Cardeal Zen mostram uma grande atenção em relação à Igreja perseguida, em especial na Ásia A tradicional celebração da Via-Sacra no Coliseu de Roma, durante a Sexta-feira Santa, vai centrar-se este ano na China, muito por força da presença do Cardeal Joseph Zen Ze-kiun, Bispo de Hong Kong, convidado por Bento XVI para apresentar as meditações das 14 estações. Os textos, já publicados, mostram uma grande atenção em relação à Igreja perseguida, em especial na Ásia, embora não haja referências a casos específicos. Não é difícil ler, contudo, indicações à China ou à Birmânia nas passagens que falam do ateísmo, da tirania e dos mártires. Fala-se também de pastores que atraiçoam o seu próprio rebanho. Na introdução, o Cardeal Zen admite que na elaboração das meditações “tive de fazer um grande esforço para purificar-me de sentimentos de pouca caridade para com os que fizeram sofrer Jesus e os que fazem sofrer, no mundo de hoje, os nossos irmãos”. Em entrevista ao Centro Televisivo Vaticano, o prelado chinês admite que viu no convite do Papa um desafio a levar ao Coliseu “a voz da China”. “A memória da Paixão de Nosso Senhor, naturalmente, refere-se bem ao sofrimento presente, ainda hoje, na Igreja e a China conta com muitos fiéis que sofrem por causa da sua fé”, refere. A oração final lembra o drama da Igreja “clandestina”, fiel ao Papa, mas não reconhecida por Pequim. “Senhor, torna-nos perseverantes para estar junto da Igreja do silêncio e aceitar desaparecer e morrer como o grão de trigo”, vai rezar-se no Coliseu. As imagens orientais vão também dominar os quadros da Via-Sacra, com um Pilatos chinês, soldados romanos de olhos em bico e um sinédrio vestido com trajes tradicionais da China, entre outros.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top