Semana Santa, ex-libris de Óbidos

Vila atrai muitas pessoas, portuguesas e estrangeiras, unidas pela devoção ou simplesmente por curiosidade Óbidos continua a ser um palco privilegiado de celebrações de acontecimentos de índole histórico-religiosa. Evocando a Paixão e a morte de Cristo, a Semana Santa atrai à Vila muitas pessoas, portuguesas e estrangeiras, unidas pela devoção ou simplesmente por curiosidade cultural e turismo religioso. Despertando o maior interesse do ponto de vista cultural e turístico, a Semana Santa desde cedo se revelou como o melhor “cartaz” de Óbidos e inegavelmente, apresenta as mais lindas e impressionantes cerimónias religiosas do seu género realizadas no Oeste. No presente ano de 2008, repetir-se-ão algumas das principais iniciativas da Semana Santa. O que é característico em Óbidos, é que os acontecimentos celebrados na liturgia, são acompanhados por muitos elementos que sendo próprios da devoção popular, estão aqui muito bem integrados e coordenados. Bem antes da semana santa, mas no inicio da Quaresma (no 1º Domingo): abre-se com a procissão da Ordem Terceira, celebração penitencial, ligada ao espírito de desprendimento e de pobreza de S. Francisco de Assis. Depois disso, a emoldurar a grande celebração litúrgica que abre a semana, a Procissão dos Ramos e a Missa da Paixão, está uma procissão nocturna de Mudança das Imagens na noite de Sábado anterior, e a Procissão dos Passos, com o sermão do Encontro. Permanece o respeito pelo sagrado e a meditação à passagem do Senhor Jesus dos Passos e dos figurantes que percorrem algumas ruas tortuosas, fora e dentro das muralhas de Óbidos, parando junto de pequenos oratórios evocativos dos Passos da Paixão, culminando na igreja da Misericórdia. É uma tradição com alma que se repete, num ambiente de fé e recolhimento, mas que permite, também, um reatar de laços com a tradição e com a cultura mais arreigada de um povo. Este cortejo é aberto por uma figura tradicional, o gafaú, que caminha descalça, com a cabeça envolvida por um pano e transporta um instrumento musical, conhecido por serpentão. Esta figura representa o carrasco, que caminha à frente da procissão que acompanha o condenado. Na sexta-feira santa, depois da celebração litúrgica da morte do Senhor, o ritual popular acrescenta o “auto do Descimento da Cruz” ao fim da tarde, que culmina, já noite, com a comovente procissão do Enterro do Senhor, realizada sem qualquer iluminação, a não ser os archotes que ardem nas mãos de jovens que se colocam em pontos chave do percurso processional, fechando o túmulo de Cristo e deixando a Igreja na espera litúrgica da Ressurreição do Senhor, na vigília, “mãe de todas as vigílias”: a solene Vigília Pascal. Finalmente, ao longo da semana, há inúmeros eventos culturais promovidos generosamente pela edilidade: conferências, espectáculos, concertos, exposições…, com a preocupação de que se enquadram muito bem no todo que forma esta semana. Carlos Orlando de Castro e Sousa Rodrigues, Padre Paulo Gerardo

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