Dois meses depois de Lisboa ter acolhido o maior encontro de jovens do mundo, a Renascença e a Agência Ecclesia conversam com o novo coordenador nacional da Pastoral Juvenil sobre os desafios que o Papa deixou. Nuno Sobral Camelo, de 46 anos, é geógrafo de profissão e trabalha na Proteção Civil de Évora. Casado, com dois filhos, está ligado ao Corpo Nacional de Escutas (CNE), à Pastoral Vocacional dos Salesianos e à Pastoral Juvenil da arquidiocese de Évora
Entrevista conduzida por Ângela Roque (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)
É a primeira vez que um leigo lidera o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil. Isto pode fazer a diferença na aproximação dos jovens? A sua nomeação deve ser já entendida como uma primeira mudança?
Eu creio que sim. Este é, aliás, um sinal que também já é dado por algumas estruturas da pastoral juvenil no nosso país, nomeadamente em algumas dioceses onde a aposta num leigo, sempre com a assistência de um sacerdote, é sinal desta abertura da Igreja a ir ao encontro daquilo que é a vida do dia a dia dos jovens. Porque a relação dos jovens com a Igreja e a relação da Igreja com esta fase da nossa vida, em que estamos ainda em construção, à volta com o nosso desenvolvimento e com a afirmação daquilo que será a construção da nossa própria vida e identidade, terá sempre de ir muito a encontrar os jovens naquilo que são os seus problemas do dia a dia, os seus projetos e aspirações. Creio que ao posicionarmos, sobretudo depois daquilo que foi a vivência da Jornada Mundial da Juventude, esta possibilidade, este papel dos leigos assumirem este caminhar juntos é muito importante para dar este sinal.
A Igreja quer estar onde estão os jovens e quer conhecer realmente aquilo que os jovens têm como desafio nas suas próprias vidas, e a Igreja tem um papel a desempenhar nesse acompanhamento.
Sobre a herança deixada pela JMJ Lisboa, os desafios são muitos. A fasquia ficou demasiado alta?
Está muito alta, e nós devemos aspirar sempre ao alto. Mas, a Igreja já vinha a fazer este caminho. Aliás, nós não podemos esquecer que a Jornada, apesar de ter sido esta grande onda que o Papa nos convida a surfar e a navegar, essa semana foi apenas o resultado de um grande, imenso trabalho de décadas na pastoral juvenil e dos últimos três ou quatro anos de preparação, da Igreja portuguesa e do país, de Portugal, das suas estruturas eclesiais, da sociedade civil, jovens e menos jovens. Essa onda foi – tal como as ondas são no mar – o culminar do movimento de outras ondas mais pequenas.
Esta Jornada Mundial da Juventude, enquanto onda, traz-nos aqui o olhar para o alto e não diria manter a onda – isso não vai ser possível, porque por natureza as ondas elevam-se e depois espraiam-se numa praia. Este foi realmente o corolário e a certeza de que juntos, ouvindo-nos, construindo, conseguimos estar preparados para surfar estas grandes ondas. No entanto, não podemos esquecer nunca que aquilo que importa, mais do que as ondas, é o que se passa entre as vagas.
A praia é uma boa imagem daquilo que a Igreja deve ser no construir e no seu caminhar com os jovens: um espaço agradável, com luz, um espaço de acolhimento onde as marcas desta vida que se faz em conjunto e acompanhada devem permanecer para lá das ondas que vão e vêm, e eu acho que a aposta da Igreja é trabalhar muito nesta continuidade.
É óbvio que a Jornada nos deixa um grande desafio… a vivência da JMJ foi com pressa – “há pressa no ar”, assim cantávamos, mas isto não pode ser à pressa, nunca, tem de ser é com muito vigor, com muita certeza -, aquilo que nos é deixado é a certeza de que conseguimos fazer isto porque trabalhamos muito até lá. Agora, temos de continuar a trabalhar muito depois disto, sobretudo para não cairmos no erro ou no exagero de apenas nos prepararmos para grandes momentos da Igreja, ou grandes momentos das juventudes da Igreja.
Esta mobilização para Lisboa era, pela sua natureza, limitada no tempo. Mas, acredita que será possível replicar essa mobilização que houve, sem ser propriamente para um grande evento?
Esse é o esse é o grande desafio. Quando vivemos a peregrinação dos símbolos, na preparação para a JMJ, foi um momento muito alto nesse caminhar, e depois fazia-se também a pergunta: ‘E agora? Os símbolos foram embora, como é que mantemos viva a esperança, a chama e a fé e esta entrega e crença até à Jornada?’. E isso foi-se fazendo chegando aos jovens, ouvindo os jovens, pedindo que os jovens construíssem este próprio caminho com aquilo que são as suas vontades, os seus receios, sonhos e medos. E isso foi possível. Portanto, tem de ser possível agora, com – e pegando aqui no haver ‘pressa no ar’, também temos pressa agora, mas com os pés bem assentes no chão. Porque estes jovens que viveram a Jornada Mundial da Juventude quer como peregrinos, quer como voluntários – e essa expressão tem de ser também muito vincada -, quer como jovens, que nas suas famílias de acolhimento acolheram outros, e isto, somado com o ritmo que a vida hoje corre, não podemos esperar muito tempo para dar continuidade a isto.
Há pressa em que se faça continuidade, porque daqui a dois meses, daqui a um mês, os jovens já estão noutro projeto, noutro país, possivelmente a estudar, já não estão aqui, em Janeiro já estão a retocar as suas vidas com outros projetos. Portanto, há que assentar arraiais nesta praia depois da onda, depois de tudo o que vivemos, e aproximar a Igreja dos Jovens no seu dia a dia, e isso nós somos bons a fazer e temos de fazer, indo ao encontro daquilo que os jovens têm para nos dizer, ouvindo-os e dando-lhes resposta. Esse é o desafio.
Os jovens que estiveram envolvidos na preparação da JMJ vão ficar nas estruturas nacionais, diocesanas ou paroquiais, ou começam a dispersar? Foi responsável pelo Comité Organizador Diocesano de Évora, teve esta experiência ao nível da mobilização de jovens, da capacidade de organizar e de surpreender até. Podemos dizer que a Igreja confia nos seus jovens?
A Igreja confia nas juventudes com que nos fomos deparando. Alguns dos jovens que viveram esta experiência, quer de preparação para os dias na Diocese, quer nos Dias na Diocese, quer na Jornada, muitos deles não eram jovens da Igreja, não faziam da sua vida uma forma de estar continuada na Igreja. Todos tinham tido a sua experiência, os seus momentos mais próximos ou mais afastados, mas muitos viveram esta experiência do serviço, da partilha, da entrega, e esses são também aqueles em que devemos apostar.
É óbvio que existem os jovens da Igreja que se prepararam, que viveram, que foram testemunho, que ajudaram a construir e que são os nossos jovens, os tais jovens da Igreja. Mas, há uma grande parte que são aqueles que se aproximaram, que puderam sentir pela primeira vez, se calhar – arriscava dizer isto – em forma muito prática, em forma de serviço, em forma daquele abraço que se dava a pessoas que não se conheciam, mas a quem ofereciam o seu tempo, a sua casa ou os seus dons, pessoas que descobriram uma série de dons que tinham e que podem ser colocados ao serviço da Igreja.
Há aqui um conjunto de juventudes… não é à toa que todos os jovens e gritavam, às vezes cortando o silêncio, ‘aqui está a Juventude do Papa’, e eu atrevo-me a dizer que aquilo que queria dizer este grito era ‘aqui estão as juventudes de Cristo’. Porque muitos descobriram Cristo, e fico sempre muito feliz de encontrar alguém que me diz ‘eu descobri Cristo nesta Jornada’. E esse era o propósito, é sempre um encontro com Cristo. Não é um encontro com o Papa, nem com as estruturas, nem com a Igreja, é um encontro com Cristo, que nos leva a dizer depois ‘eu quero fazer parte desta Igreja, deste movimento vivo de um Cristo que se anuncia vivo’. Porque a JMJ trouxe muito isto, trouxe vida.
Há pouco falava que há uma igreja desempoeirada. Eu acho que foi isso também, foi o sacudir de uma poeira que tinha alguma camada, e que a atividade, aquilo que se gerou de vida à volta da própria Jornada, mostrou que Cristo é vivo e está em nós, porque vivemos.
Uma das marcas da JMJ foi certamente a imagem que deu dos jovens católicos, que contrariou muitas visões preconceituosas que existiam. Essa forma desempoeirada com que vários momentos foram celebrados e assinalados, deve ser agora um modelo inspirador? Deve estimular os bispos, os padres, todos na Igreja, a fazer diferente, porque se provou que é de facto possível fazer diferente?
Eu acho que é mais do que isso. A própria Jornada mostrou à sociedade civil quem são os jovens, e o papel deles. No trabalho que se fez para preparar este encontro mundial em Portugal Internacional, houve um caminho muito construtivo e muito participado com a sociedade civil, as comunidades, as paróquias, com as forças de segurança e os serviços de proteção civil, com a saúde, com todos que – não podemos esconder isto – partiram para esta aventura sem saber que era uma aventura, com muito receio, com muito ‘isto é mais do mesmo e vai ser uma complicação pôr esta gente toda na ordem, porque quando se juntam jovens só pode dar barulho e confusão, e os jovens não fazem nada do que lhes dizemos’ – é isto que a sociedade pensa sempre dos jovens. E na verdade, aquela alegria transformou-se em momentos muito construtivos, também da identidade dos jovens, e no fim foram muitas as entidades que partilharam ‘nós não acreditávamos que isto podia ser assim’, que podia haver silêncio, que no Parque Tejo aquele conjunto de pessoas podia estar 15 minutos em silêncio com o Papa, que as pessoas, ao invés de se empurrarem, ajudavam a passar, que a comida que seria para dois dava para 4. Eu acho que foi muito isso.
A Igreja sabe e conhece os jovens que tem. Eu não sei se a sociedade conhecia assim tão bem estes jovens que tem. Embarcsmos todos juntos neste caminho, todos saímos a ganhar e o futuro só pode ser promissor se caminharmos juntos com todos, inclusive com aqueles que não estão na Igreja ainda, mas que viveram esta experiência e que a ela vão voltar, com toda a certeza.
Esteve presente nas Jornadas Nacionais de Comunicação Social, em Fátima, onde este ano os protagonistas foram jovens. Quando se fala de mundo digital, parece que a linguagem da Igreja Católica ainda é antiquada, muito distante das novas gerações. Como é que isto se pode mudar?
Pode-se mudar colocando jovens ao lado da Igreja a construírem canais, linguagens, formatos e metodologias para comunicar com jovens.
A Igreja ainda tem medo das tecnologias. Nós temos normalmente medo de tudo aquilo que é novo e sai fora do que convencionámos ser seguro, aceitável e recomendável. Uma coisa é inegável, as formas de comunicar mudaram, nem sequer já estão em mudança, já mudaram, estão a mudar todos os dias, somos surpreendidos todos os dias com novas formas de o fazer, e a sociedade não fica indiferente a isto, a Igreja também não pode ficar.
As tecnologias oferecem-nos hoje um sem número de plataformas e canais de comunicação que são estâncias onde os jovens estão. Portanto, se a Igreja quiser comunicar com os jovens, até pode fazer um jornal de parede – boa sorte, não vai acontecer nada. Agora, se a Igreja estiver nas redes, se falar a linguagem dos jovens, se usar essas plataformas utilizando-as para fazer um primeiro contacto, um primeiro anúncio, para que esteja na ordem do dia, para que esteja próxima daquilo que é a vida dos jovens, isso abre caminho – da mesma forma que o jornal de parede faz, ao convocar para um encontro na comunidade paroquial – a que possamos depois, presencialmente, de forma mais planeada e rotineira, trazer ao encontro presencial. As redes são uma ótima rampa de lançamento para isso, mas é no encontro e no acompanhamento – e eu foco muito aqui o acompanhamento, porque é isso que queremos trabalhar no futuro -, que se faz depois cara a cara, ombro a ombro, e as redes podem ser determinantes nisto, porque é aí que estão os jovens. Jesus quando foi à procura de apoiantes para a sua missão foi à procura dos pescadores e não foi ter com eles a um campo de cereais, foi ter com eles onde eles pescavam, no lago.
Como é que viu a recente iniciativa, por exemplo, do Patriarca de Lisboa se encontrar com jovens num bar, para dar a conhecer o programa da pastoral juvenil e universitária da diocese?
O plano foi apresentado no sítio onde estavam jovens. Não é preciso convidar jovens para ir a um bar, se eles já lá estiverem. É óbvio que aquilo foi marcado e eles sabiam que naquela altura podiam lá estar, mas isso é um excelente sinal.
Tem de haver esta criatividade também?
Sim, sim. Porque é que havemos de fazer sempre um encontro que começa sempre da mesma forma e tem sempre a mesma estrutura, as mesmas cadeiras incómodas e uma porta de entrada que parece muito estreita quando chegamos e depois, no fim, já parece um bocadinho mais larga, mas deixa-nos ali assim um bocadinho tolhidos?… Porque é que não fazemos isto onde os jovens estão? Porque é que não saímos da caixa? Eu acho que a JMJ também foi um bocadinho isso, e o desafio também é esse. E esse é um excelente sinal: o mesmo plano, a mesma intenção, o mesmo sentido de anunciar e acompanhar de seguida, foi lançado num sítio onde os jovens estão, onde se sentem confortáveis e este é um sinal de que a Igreja é atual e é a tal estrutura desempoeirada que agora utiliza aquilo que tem à sua disposição.
Os primeiros evangelizadores, os primeiros Santos que trabalharam com a juventude, utilizavam aquilo que tinham na altura, umas cordas e uns malabarismos, subiam às árvores e a seguir rezavam. Aqui temos de trabalhar com aquilo que temos na atualidade, não vale a pena continuar a usar o mesmo método, as mesmas ferramentas, porque não dá resultado.
Quando esta conversa for emitida já se terá reunido o Conselho Nacional da Pastoral Juvenil, é a primeira reunião deste ano Pastoral e do triénio. Como responsável da Pastoral Juvenil nacional já tem alguma ideia de quais devem ser as prioridades e as primeiras ações do departamento?
O departamento tem de ser capaz de congregar, é aquilo que eu acho. Tem de ser capaz de pegar nesta disponibilidade toda que se viveu na jornada, em famílias, em voluntários, em peregrinos e em curiosos, porque acredito que haja muitos jovens que tenham sido surpreendidos por este movimento e que não estiveram lá, mas que podem ainda juntar-se a nós. Esse tem de ser o principal papel aqui, congregar e agregar. E depois tem de se trabalhar naquilo que eu acho que é indispensável, que é: se as nossas juventudes que viveram esta experiência se aproximam da Igreja e se permitem que a Igreja entre nas suas vidas, temos dee aproveitar isso para fazer este trabalho que se quer de acompanhamento e de continuidade. Acho que esse é o desafio, na criação de uma identidade nacional.
As Juventudes de Portugal, que trabalham, estão e vivem na Igreja, e que fazem do Cristo vivo o seu modelo de vida, têm muitas realidades locais – de paróquia, diocese, movimento, congregação -, mas, tal como a JMJ nos mostrou, conseguem, com um objetivo comum, estar de mãos dadas e construir em conjunto aquilo que pode ser construído em conjunto, haverá sempre coisas que são das especificidades de cada ambiente, de cada território. Mas, esse é que tem de ser o trabalho do departamento: congregar, agregar, fazer identidade nacional. E depois tem de procurar – ouvindo todas as estruturas, que por sua vez ouviram ou vão ouvir todos os jovens – encontrar um conjunto de ações que façam sentido a nível transversal.
Lembro-me da formação – nós queremos apostar muito na formação e no acompanhamento. Já lá vai o tempo em que uma viola, e quatro ou cinco músicas animavam um grupo de jovens. Os jovens hoje precisam mais de acompanhamento e menos de animação, possivelmente. É uma área em que queremos apostar.
A área da comunicação é central, é fulcral. Se nós somos bons a viver Cristo vivo e queremos falar disso aos outros, então temos de saber comunicar isso e não vale a pena o ‘já aconteceu’, esse era o jornal que eu fazia na escola ‘Aconteceu’, e depois não teve ninguém. Nós queremos é comunicar ‘vai acontecer e contamos contigo’.
O nosso plano estratégico para os próximos três anos já é conhecido dos nossos parceiros do Conselho Nacional da Pastoral Juvenil, tem como mote ‘Chamados pelo nome’. É isso que queremos fazer, seguindo aquilo que o Papa Francisco nos disse no primeiro encontro em Lisboa: ‘cada um de vós é chamado pelo nome por Cristo’. Mas, ele disse mais do que isto, disse ‘vocês têm a obrigação de se chamarem uns aos outros pelo nome, e nós queremos fazer isto, chamar os movimentos, as congregações e as dioceses, para que, chamando-os pelo nome, façamos este caminho em conjunto.
O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil não deve estar vocacionado para preparar atividades em cima de atividades, no mesmo dia de outras atividades, e em paralelo com outras que ninguém sabia que iam acontecer. O DNPJ tem de ser capaz de congregar, construir identidade e pôr a Igreja a ir ao encontro dos problemas diários da vida dos jovens.
E ajudar a Igreja a ser para ‘todos, todos, todos’, como pediu também aqui em Lisboa o Papa? Para os jovens e os seus anseios, como é que isto se pode traduzir em termos práticos?
A Igreja é uma porta aberta, tem de ser para ‘todos, todos, todos’ e ‘todos, todos, todos’ vão aparecer com as suas especificidades, porque não diz ‘todos, todos, todos iguais’, com as suas especificidades, projetos e dificuldades. E não são dificuldades de saber onde é que é a Igreja ou como é que se reza uma Ave-Maria, é as dificuldades da vida. E a Pastoral Juvenil se está com os jovens e quer ouvir os jovens tem de ser capaz de, ouvindo, encontrar soluções que possam fazer a diferença.
Lembro-me muito nestas áreas na questão das vocações, cada um descobriu uma vocação que não sabia, por exemplo, na Jornada, ou quando se acercou da estrutura da sua paróquia ou da sua diocese. A questão da formação, como já falámos, a própria construção da sua identidade, daquilo que queremos para o futuro, não é despiciente.
Estes jovens estão em fase, muitos deles, de início da sua vida universitária ou profissional, com todas as preocupações que sabemos que têm, o mudar de casa, o que é encontrar uma casa numa cidade diferente, o que é deixar o agrupamento de escuteiros da sua paróquia e, de repente, nem saber se há possibilidade de continuar este trabalho no sítio que os acolhe agora. A Pastoral Juvenil tem de estar também atenta a isto, e criar em conjunto aquilo que for necessário, nunca esquecendo aquele que é o primeiro anúncio.
Não podemos partir do princípio de que toda esta gente que viveu isto tudo, e os vizinhos daqueles que viveram isto, sabem quem é Cristo e se Ele está vivo. Temos de anunciar isso e saber acompanhar a seguir, e só acompanha quem ouve, e quem ouve tem a responsabilidade de encontrar soluções em conjunto.
O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil não tem soluções milagrosas, mas tem uma grande vontade de ouvir, construir em conjunto, desconstruir, de voltar para trás, de seguir em frente, de ouvir ‘todos, todos, todos’, porque só ouvindo ‘todos, todos, todos’ conseguimos chegar a conclusões do que é que é preciso para cada um, a cada momento, no seu ritmo. Porque essa é outra coisa que não podemos esquecer: cada território, cada movimento, tem o seu ritmo, as suas características, tradições e formas de viver isto. Não nos interessa muito fazer atividades, atividades, atividades, essas são feitas nas realidades locais. Aquilo que nos interessa é agregar, congregar e gerar identidade, ouvindo e dando resposta, não com as respostas que sabemos, mas com as respostas que vamos construindo em conjunto, em tempo real. Esse é o grande desafio que temos em mãos.