Lisboa: Lançamento do programa da Pastoral da Juventude foi «sinal que a Igreja é jovem»

«O Papa é o rosto da Igreja e é um rosto jovem. É mesmo muito bom haver iniciativas como esta» – Mariana Castro

Foto: Agência ECCLESIA/CB

Lisboa, 29 set 2023 (Ecclesia) – O Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa apresentou o seu programa pastoral para o ano 2023/2024, esta quinta-feira, num bar, no Cais do Sodré, os jovens aderiram e destacaram que “é muito bom haver iniciativas como esta”.

“É sinal que a Igreja é jovem e que precisa dos jovens e que quer os jovens perto. Acho que é uma iniciativa muito bonita e original e isto também traz a juventude para perto. E mostrar que a Igreja é jovem”, disse Mariana Castro, da Paróquia da Bobadela, à Agência ECCLESIA.

O Papa é o rosto da Igreja e é um rosto jovem. É mesmo muito bom haver iniciativas como esta.”

Cecília Gama, da Paróquia de Linda-a-Velha, aponta na mesma direção, e destaca que a escolha do local para a apresentação do programa pastoral para a juventude do Patriarcado, no Cais do Sodré, mostra que “a Igreja quer estar mesmo ao lado dos jovens”

“Sinto que está viva a seguir à Jornada Mundial da Juventude e que queremos continuar, os bispos, os padres, as paróquias, a comunidade quer estar perto dos jovens”, acrescentou a entrevistada, que agora vive em Coimbra, em declarações à ECCLESIA e à Rádio Renascença.

Para o irmão, João Gama, “é um grande desafio porque é uma aproximação que a Igreja tem feito, cada vez mais, aos jovens” para “ir ao encontro de cada um”.

“Estamos aqui, no centro da cidade, é uma experiência para continuar este caminho da Jornada. É um caminho que se vai fazendo e essa oportunidade ninguém quer perder. Todos sentimos a Jornada e para nós é viver, é continuar a viver”, desenvolveu.

“É algo novo e importante, ainda bem que vieram com esta nova ideia, porque devemos continuar com o que aconteceu nas Jornadas, era só um mero evento se não houvesse continuidade”, salientou António Pimenta, da Paróquia do Alto do Lumiar.

Foto: Agência ECCLESIA/CB

João Clemente, o responsável pelo Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa, disse que “escuta e um caminho de aprofundamento da fé” marcam o novo ano pastoral, e “o grande objetivo” é ir ao encontro dos jovens “onde eles estão, com as pessoas com quem eles se relacionam”.

“O que pretendemos é uma visão claramente missionária, de ir ao encontro dos jovens, não estamos dentro da Igreja, da nossa casa, do nosso espaço a convidar para que venham ter connosco. Queremos ir ao encontro dos jovens, queremos convidá-los no contacto diário com eles para que possam fazer um caminho de proposta, em ambientes mais formais ou menos informais”, explicou à Agência ECCLESIA.

Cecília Gama, por exemplo, pede à Igreja que ajude os jovens a perceberem como “é que podem continuar a estar ativos”, a perceber o caminho, que funções é que podem “fazer na paróquia, e juntos ver isso, as qualidades uns dos outros”, enquanto o João Gama recorda que o Papa Francisco pede que se envolvam “cada vez mais com a comunidade, estar junto da comunidade”, e falem das questões sociais, da ecologia, “ir ao encontro deste temas que os jovens tanto preservam”.

Por um lado é muito importante este papel de intervenção, este papel de que os jovens católicos de Lisboa tenham uma voz concreta sobre aqueles que são os seus problemas, seja a questão da habitação, das condições económicas, do mercado de trabalho. Em segundo lugar uma atitude de serviço e de missão e de acompanhar estes jovens e naquilo que pudermos ser também parte da solução destes problemas é o que queremos fazer” – João Clemente

O Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa teve de limitar as inscrições para este lançamento, no Tiles Bar, no número 33, da Rua de São Paulo, e parou quando chegou às 130; à porta, a réplica da cruz da JMJ anunciava a novidade e, durante a sessão, tiveram dois momentos artísticos, uma cantora e um artista que desenhou o ambiente vivido na Colina do Encontro, no Parque Eduardo VII.

Foto: Agência ECCLESIA/CB; Duarte Hortinha, António Pimenta e Joana

Da Paróquia do Alto do Lumiar chegaram também, com António Pimenta que está a fazer um Gap Year depois do Secundário, em engenharia aeronáutica e material de voo, o Duarte Hortinha e a Joana, para quem “é interessante” estarem no Cais do Sodré, “num sítio de bastantes jovens porque os jovens chamam jovens”.

“E é importante não deixar morrer o que nos foi dito nas Jornadas, a Igreja é para todos. É continuar essa mensagem e tentar chamar outros jovens. Uma coisa que a Jornada me disse é que nós não estamos sozinhos, estávamos ali com mais um milhão e meio de pessoas e foi maravilhoso”, desenvolveu a jovem que estuda no ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa), à Agência ECCLESIA.

Duarte Hortinha, que na sessão também partilhou o seu testemunho de JMJ Lisboa 2023, disse que foi voluntário “para acolher peregrinos, como esperaria que eles fizessem” por si, e teve uma vivência muito de “um encontro com os outros, fossem voluntários ou peregrinos”.

“Ajudou-me a ter esse encontro com Deus através do próximo. E isso serviu-me muito para me aproximar também da Igreja e querer partilhar o que vivi em termos de continuar a ajudar e encontrar-me com o próximo no meu dia-a-dia. Pode ser tão simples quanto estarmos mais presentes na nossa própria família, como outro estudante na nossa faculdade; É um bocado isso que significa ser cristão, que é viver para os outros”, explicou.

A primeira edição internacional de uma JMJ em Portugal decorreu de 1 a 6 de agosto, em Lisboa, com mais de 1,5 milhões de participantes nas celebrações conclusivas, presididas pelo Papa Francisco, no Parque Tejo.

Consegui perceber que não estamos sozinhos, antes tinha um bocado a ideia que a juventude dentro da Igreja está a diminuir, mas as Jornadas mostraram-me realmente que isto não está a acontecer e ainda há milhares e milhares de jovens que acreditam em Cristo, e isso deixou-me fascinado” – António Pimenta.

Foto: Agência ECCLESIA/CB

Mariana Castro, jovem atriz, que foi voluntária no Departamento de Logística, na sede da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa, assinala que “o trabalho agora é arregaçar as mangas”: ‘”Bora lá por em prática aquilo que o Papa nos veio ensinar e ajudar a refletir”.

“Para mim a Jornada começa verdadeiramente no momento em que o Papa sai do país e vai para Roma. E, depois de tudo o que ouvimos do Papa, acho que é muito importante nos nossos núcleos, nos nossos grupos de jovens, nas paróquias, termos oportunidade de aprofundar e não deixar que tudo o que o Papa veio cá fazer foi em vão”, acrescentou Mariana Castro, que é natural de Fafe mas vive em Lisboa, desde 2017.

CB/OC

 

Pastoral Juvenil: Patriarca de Lisboa e jovens conheceram plano pastoral num bar, no número 33, da Rua de São Paulo

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