Braga: Arquidiocese promoveu formação de catequistas sobre proteção de menores e de pessoas vulneráveis

«O catequista tem de saber como criar um espaço seguro e saudável, e também saber identificar eventuais situações de abuso» – Padre Bruno Nobre

Braga, 26 set 2023 (Ecclesia) – A Arquidiocese de Braga está a formar os catequistas para prevenirem e identificarem eventuais casos de abusos de menores e de pessoas vulneráveis, um tema presente no Dia Arquidiocesano do Catequista, com mais de mil de agentes pastorais.

“É crucial que os catequistas tenham consciência dos riscos que pode implicar o contacto com crianças em contexto de catequese e é muito importante começarmos a criar uma cultura de cuidado, identificar possíveis riscos”, disse o padre Bruno Nobre, sacerdote jesuíta, membro da Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis da Arquidiocese de Braga desde 2019, lê-se no sítio online da diocese.

O Dia Arquidiocesano do Catequista de Braga, com o tema ‘A catequese e a cultura do cuidado’, reuniu mais de 1000 destes agentes pastorais, este sábado, no Santuário do Sameiro; na formação foram abordados os sinais, causas e contextos de risco e examinadas relações de poder e de vulnerabilidade, com a colaboração da CPMAVAB e do Serviço de Proteção e Cuidado da Companhia de Jesus.

“O catequista tem que saber como criar um espaço seguro e saudável, e também é importante saber identificar eventuais situações de abuso que podem ter acontecido na escola, no seio da família, na Igreja”, explicou o padre Bruno Nobre.

Marina é catequista de crianças do 5.º ano e adolescentes do 10.º ano, respetivamente com cerca de 10 anos e 16 anos de idade, e afirma o interesse em que “se sintam seguros e confortáveis”.

“É importante ouvir de pessoas com mais experiência porque há coisas que a gente até faz despercebidamente e que pode deixá-los desconfortáveis em algum momento”, acrescentou.

Segundo a Arquidiocese de Braga, o objetivo é que situações como as que foram reveladas no relatório sobre os abusos sexuais na Igreja Católica “não voltem a suceder e sejam atempadamente prevenidas, através da ação e de medidas efetivas”.

A presidente da CPMAVAB, Carla Rodrigues, frisou que o grande objetivo neste Dia Arquidiocesano do Catequista foi “formar os catequistas para esta realidade dolorosa e trágica”, e assinalou que, desde 2019, deram passos “no sentido de sensibilizar as comunidades, porque só sensibilizando as pessoas estão alerta e denunciam”.

Já Sofia Marques, coordenadora do Serviço de Proteção e Cuidado da Companhia de Jesus (Jesuítas), destacou que “o tema deste encontro é sinal do compromisso da Arquidiocese”, e que os catequistas são “um potencial muito importante” e “podem ser agentes de cuidado”.

O sacerdote jesuíta indicou também um conjunto de diretrizes sobre proteção e cuidado dos menores, que “todos os catequistas devem conhecer”, de um documento da Conferência Episcopal Portuguesa.

Durante a tarde, os catequistas encontraram ferramentas para “cuidar do encontro da catequese, cuidar da Igreja e cuidar da família”, e o Departamento Arquidiocesano da Catequese adianta ainda que este encontro, em 2024, é no dia 21 de setembro.

No seu sítio online, a Arquidiocese de Braga informa que para além da formação aos catequistas, a sua Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis também realizou uma ação de formação orientada por psiquiatras especialistas em Sexologia e Psiquiatria, no Centro Pastoral.

“Cada vez mais nós precisamos de formação, de clarividência na proteção, no cuidado, no acompanhamento das crianças, dos adolescentes, dos jovens, dos adultos e dos mais velhos, de um modo especial dos mais vulneráveis”, disse o arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, sobre as duas ações que se complementaram.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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