Vaticano: Papa recordou visita à Mongólia e levou participantes da audiência geral «ao coração» dessa viagem

«É, distante dos holofotes, que muitas vezes se encontram os sinais da presença de Deus», explicou Francisco

Foto Vatican Media

Cidade do Vaticano, 06 set 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco dedicou a audiência geral desta quarta-feira à Mongólia, à sua 43ª viagem apostólica, realizada entre 31 de agosto e 4 de setembro, onde encontrou “uma Igreja humilde e feliz, que está no coração de Deus”.

“É precisamente ali, distante dos holofotes, que muitas vezes se encontram os sinais da presença de Deus, que não olha para as aparências, mas para o coração. O Senhor não procura o centro do palco, mas o coração simples de quem O deseja e O ama sem aparecer, sem querer destacar-se dos outros”, assinalou, explicando por que é que o Papa foi “tão longe para visitar um pequeno rebanho de fiéis”.

Na Praça São Pedro, que voltou a receber milhares de fiéis, peregrinos e turistas este encontro público em cada quarta-feira, Francisco afirmou que teve “a graça” de encontrar na Mongólia uma “Igreja humilde e feliz, que está no coração de Deus”, e que pode testemunhar a sua alegria por se encontrarem, “por alguns dias, também no centro da Igreja”.

A comunidade católica da Mongólia é apresentada pela Santa Sé como a “mais jovem” do mundo, e que tem cerca de 1500 membros, representando 0,04% da população mongol; Francisco lembrou o trabalho realizado pela Igreja Católica neste país asiático, explicando que a palavra “católica” significa “universal”, “uma universalidade que se incultura”.

“Isto é a catolicidade: uma universalidade encarnada, que percebe o bem ali onde vive e serve as pessoas com quem vive; assim vive a Igreja, testemunhando o amor de Jesus com mansidão, com a vida antes das palavras, feliz pelas suas verdadeiras riquezas: o serviço ao Senhor e aos irmãos”, desenvolveu.

O Papa levou os presentes “ao coração desta viagem” e destacou alguns momentos da visita à Mongólia, como a inauguração e bênção da ‘Casa de Misericórdia’, no dia 4, antes de regressar ao Vaticano, apontando aquele espaço como expressão de “todos os componentes da Igreja local”.

“Um lugar aberto e acolhedor, onde as misérias de todos podem entrar em contato sem vergonha com a misericórdia de Deus que eleva e cura. Eis o testemunho da Igreja mongol, com missionários de vários países que se sentem um com o povo, felizes em servi-lo e descobrir as belezas que já existem ali; Os missionários não foram lá para fazer proselitismo, isso não é evangélico, eles foram para viver como o povo, para falar a língua, para assumir os valores e pregar o Evangelho no estilo daquela cultura”, desenvolveu.

No contexto do encontro ecuménico e inter-religioso, (domingo, 3 de setembro) no Teatro Hun, referiu a “grande tradição budista” da Mongólia, e tantas pessoas que vivem no silêncio a sua religiosidade de “forma sincera e radical”, e pediu aos presentes para pensarem nas “sementes do bem, no escondimento, fazem germinar o jardim do mundo”, e, habitualmente, só se ouve “falar do som das árvores que caem”.

“Muitas vezes, apreciamos os outros apenas na medida em que correspondem às nossas ideias. Pelo contrário, Deus pede-nos para ter um olhar aberto e benevolente, porque, sem cair em nocivos sincretismos e em fáceis irenismos, há sempre alguma riqueza a descobrir: nas pessoas como nas culturas, nas religiões como nas nações”

‘Esperar juntos’ foi o tema da 43ª viagem apostólica internacional de Francisco, entre 31 de agosto e 4 de setembro: “Fez-me bem encontrar o povo mongol, que preserva as suas raízes e tradições, respeita os idosos e vive em harmonia com o meio ambiente”:

“É um povo que perscruta o céu e sente a respiração da criação. Pensando nas extensões ilimitadas e silenciosas da Mongólia, deixemo-nos estimular pela necessidade de alargar os limites do nosso olhar, para que veja o bem que há nos outros e seja capaz de expandir os próprios horizontes”, acrescentou o Papa Francisco, na Praça de São Pedro.

Francisco terminou pedindo aos presentes que “ampliem os limites, e não se deixem aprisionar pela pequenez”, que se permitam alargar o coração, para estar “próximo de todas as pessoas e de todas as civilizações”, e lembrou o incêndio na África do Sul e a guerra na Ucrânia.

CB

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