Direitos Humanos: Fundação Ajuda à Igreja que Sofre alerta para a «perseguição aos cristãos e outros grupos religiosos»

«A liberdade de religião e crença é um direito humano inalienável», assinala fundação pontifícia

Foto: Fundação AIS

Lisboa, 22 ago 2023 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) chama a atenção para a “perseguição aos cristãos e outros grupos religiosos”, no Dia Internacional das Vítimas de Violência Religiosa das Nações Unidas, que se assinala esta terça-feira.

“A liberdade de religião e crença é um direito humano inalienável. No entanto, em todo o mundo, pessoas e comunidades, particularmente minorias, enfrentam intolerância, discriminação e ameaças – aos seus locais de culto, aos seus meios de subsistência e até às suas vidas”, alerta a AIS, divulga o secretariado português em informação enviada hoje à Agência ECCLESIA.

A fundação pontifícia AIS que, apoia os cristãos que são “perseguidos, ameaçados ou em necessidade por causa da sua fé em todo o mundo”, indica que diariamente recebe “notícias de perseguição”, e, neste contexto, recorda que recentemente “extremistas” incendiaram casas de cristãos no Paquistão, “porque um empregado de limpeza cristão é acusado de profanar o Corão e de insultar o Profeta”.

Outro exemplo, na Índia, no estado de Manipur, os conflitos étnicos “degeneraram numa perseguição aberta aos cristãos”, há três meses, enquanto na Nigéria (África) não se efetuam “quaisquer detenções” aos raptos e homicídios.

O Dia Internacional de Homenagem às Vítimas de Atos de Violência baseada na Religião ou Crença da Organização das Nações Unidas (ONU) foi proclamado e assinalado pela primeira vez em 2019, tendo sido instituído no dia 22 de agosto.

Também o Papa Francisco associou-se a esta data e renovou “o apelo para que cessem de instrumentalizar as religiões” para o ódio, a violência, o extremismo e o “fanatismo cego”.

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre publica um Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, que “analisa todos os países e religiões”, de dois em dois anos, e alerta que o direito humano à liberdade de pensamento, de consciência e de religião “é violado em cerca de um terço dos países do mundo, em 61 das 196 nações”.

O mais recente relatório da AIS, lançado em junho deste ano, aponta para outro dado que a organização internacional considera “brutal e inquietante”: Quase 4,9 mil milhões de pessoas, 62% da população mundial, vivem em países onde a liberdade religiosa é fortemente restringida.

O Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo 2023, que abrange os anos de 2021 e 2022, indica que dos 61 países onde a discriminação e a perseguição são “claramente visíveis”, em 49 países “é o próprio governo que persegue ou assassina os seus cidadãos por motivos religiosos, sem praticamente qualquer reação da comunidade internacional”.

CB

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Agência ECCLESIA

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