Celebrar o Natal cristão é abrir o coração à alegria

A celebração da Eucaristia iniciada às 11 horas do dia de Natal na Sé do Funchal foi presidida por D. Teodoro de Faria, Bispo Emérito do Funchal e concelebrada por alguns sacerdotes desta Diocese. Na homilia, o prelado fez uma reflexão sobre aspectos das leituras proclamadas naquela Missa, acentuando depois que “celebrar o Natal cristão é abrir o coração à alegria que Deus nos concede e também abri-lo aos nossos irmãos.” Desejou que todos estejam alegres pois “não pode haver lugar para tristeza quando acaba de nascer a vida”. E questionou “porque atinge tantos homens e mulheres esta alegria, mesmo descrentes e não praticantes? É porque mesmo sem reflectir, sentem que Deus está perto. O Senhor deixou de estar distante, intratável, não mete medo porque é o Deus que nos visita e sorri na ternura de um Menino nascido numa gruta de animais, pobre e indefeso, cuidado por Sua Mãe e pelo justo São José”. D. Teodoro de Faria que falava para uma vasta assembleia de católicos, referiu ainda alguns pontos menos positivos que atingem a sociedade actual dizendo que “Deus para se aproximar do homem deixou de ser força, poder e glória para carregar sobre si o sofrimento de todos os seres humanos, especialmente dos mais fracos, pobres e oprimidos. Como é que os trabalhadores, os operários, os emigrantes, os deslocados, os desempregados, os que temem por ficar sem trabalho, devem olhar para a humanidade de Cristo, a Carne, como diz São João, o Menino esperado e enviado por Deus? Não haverá verdadeiro Natal enquanto houver fome, exploração do trabalhador, miséria, opressão, enquanto tantos dos nossos irmãos viverem em condições que ferem a dignidade humana, enquanto os meninos dos países mais pobres forem as primeiras vítimas de uma morte prematura, por falta de condições para viver. Tudo isto é uma afronta ao plano de Deus”. Referiu depois pormenores da vida do tempo em que Jesus nasceu em que os trabalhadores eram mal pagos, não tinham direitos sindicais, nem protecção, sendo um pouco menos que escravos. “Hoje apesar do reconhecimento dos direitos do homem, vê-de como os operários, os trabalhadores, são despedidos, como uma parte do País é castigada pelos altos governantes e estes se esforçam por mostrar que vivemos numa sociedade em crescimento técnico, social, económico e cultural. Cristo ao assumir a nossa natureza frágil ensinou-nos que o amor é o clima dos cristãos. Devemos defender a dignidade humana sem violência mas com firmeza, acolhendo o pobre e o desprotegido como se fossem o próprio Cristo”. D. Teodoro de Faria acentuou ainda na sua homilia que “Natal é encontro de Deus que corre para o Homem e dos Homens que se esforçam por se aproximarem de Deus”. A finalizar a sua homilia acentuou que “o mistério do Natal é a maior manifestação do amor de Deus pelos homens. Sempre que amamos e entramos na esfera espiritual da caridade Deus está presente. Cristo nasce em nós e temos novamente Natal em qualquer dia do ano. Por esse Amor dá-nos o seu Espírito Santo que é a fonte de toda a santidade para amarmos como Cristo nos amou”.

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