Santa Sé condena campos de refugiados «permanentes»

Pessoas não devem ser obrigadas a permanecer em locais sobrelotados, em situações dramáticas A Santa Sé manifestou-se hoje contra as condições de vida nos campos de refugiados, em especial no Sul do mundo, lamentando que as pessoas sejam obrigadas a viver em locais “sobrelotados e, muitas vezes, em situações aterradoras”. “Os campos de acolhimento para deslocados e acolhimentos devem voltar a ser aquilo para que foram criados: um local onde se está temporariamente” e não “residências permanentes”, referiu no Vaticano o Arcebispo Agostinho Marchetto, secretário Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI), ao apresentar a mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado 2008. Este responsável condenou veemente uma “prática generalizada” que obriga os refugiados a permanecerem indefinidamente nos campos de acolhimento, onde estão dependentes da distribuição de alimentos, não podendo trabalhar e vendo limitada “a sua liberdade de movimentos”. D. Marcheto disse mesmo que “a desnutrição nos campos já não constitui uma excepção”, mas a regra, impedindo “uma vida com um mínimo de dignidade” e qualquer perspectiva de futuro. O Arcebispo lembrou que cerca de 30% dos jovens e crianças destes campos não tem oportunidade de frequentar a escola. Toda uma geração “nasceu e cresceu nos campos de refugiados”, não conhecendo outra realidade. Os jovens refugiados, sobretudo, vivem em condições dramáticas, sofrendo “com a violação dos direitos humanos sofridas enquanto vítimas da guerra e da violência ou de negligência, crueldade, abuso sexual, discriminação racial, agressões e ocupação estrangeira dos locais onde viviam”. Além de perderem as suas casas, estes jovens perderam “a sua infância feliz, familiar e protegida”. Os cristãos, indicou, são convidados a “acolher os jovens migrantes e a assegurar que eles sejam tratados com respeito pela sua dignidade humana”.

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