Cooperadoras da Família: Há 90 anos a «escutar Deus nas histórias das famílias» (c/vídeo)

Instituto fundado por monsenhor Alves Brás alargou o cuidado familiar a projetos que vão da infância à terceira idade

Lisboa, 02 jun 2023 (Ecclesia) – O Instituto Secular das Cooperadoras da Família (ICF) foi fundado por monsenhor Alves Brás, sacerdote da Diocese da Guarda, há 90 anos, com o objetivo de estar ao “serviço das famílias”, apostar na sua formação e “escutar os seus dilemas”.

Fundado no dia 4 de junho de 1933, dia de Pentecostes, as nove décadas do ICF foram celebradas no mesmo dia litúrgico da Fundação pelas cooperadoras que estão presentes em 16 dioceses de Portugal e mais cinco países.

“Escutar Deus nas histórias das famílias” é, para Alice Cardoso, o propósito dos vários projetos criados por monsenhor Alves Brás e que formam a Família Blasiana.

Formada em Serviço Social e anterior coordenadora geral do instituto, sublinha que “o cuidado da santificação da família está no horizonte de todas as ações de todas as cooperadoras espalhadas pelo mundo, bem como no horizonte das instituições de que o padre Brás deixou em herança”.

“O cuidado da santificação da família era o motor dinamizador que galvanizou a vida daquele homem, daquele sacerdote diocesano e que ele nos comunicou a todas as cooperadoras que fizeram esta história, até aos dias de hoje, e que nos hoje tentamos dar continuidade”, afirmou

Nos anos 30 do século passado, a exploração laboral a que se sujeitavam jovens empregadas domésticas, “um grupo que estava desprovido de qualquer proteção”, motivou o padre Alves Brás “cuidar” das suas famílias.

“O padre Brás, ao deixar-se tocar por esta realidade tão gritante naquela altura, conseguiu perceber que na origem de toda esta o problemática, era a família que era importante cuidar: a família onde trabalhavam e a família que tinham constituído”, sublinhou

As cooperadoras da família formam um Instituto de Vida Consagrada Secular e algumas vivem em grupo e outras vivem individualmente, inseridas no ambiente profissional e pastoral.

“O nosso trabalho é espaço da realização da missão”, referiu Alice Cardoso, que está no ICF há 38 anos.

Angélica Galvão é a mais jovem cooperadora da família e, após ter finalizado o mestrado em Contabilidade, Fiscalidade e Finanças Empresarias, optou pelo Instituto Secular das Cooperadoras da Família coma convicção de que  “era possível mudar o mundo através da entrega da vida ao cuidado da santificação da família que é a célula base da sociedade”

“O nosso carisma nunca está esgotado e nunca nos podemos queixar-nos de falta de trabalho”, afirmou Angélica Galvão, afirmando que a realidade familiar “é transversal” aos problemas das sociedades de hoje e que decorrem das migrações, refugiados e situações de conflito

Para a cooperadora da família, cuidar da educação para os “valores humanos e cristãos vai permitir que a sociedade no seu global tenha uma experiência muito mais ao jeito daquilo que é o projeto de Deus para a humanidade”.

“Mais do que naquela época, é urgente olharmos para a forma como a sociedade está a olhar para a família. Se há 90 anos tínhamos uma sociedade construída à volta da realidade familiar, hoje a sociedade está mais preocupada com a questão do trabalho, os meios empresariais”, referiu.

Angélica Galvão sublinhou a importância de “escutar as famílias” que vivem a precariedade do trabalho, a necessidade de acompanhar as pessoas idosas, o divórcio ou a monoparentalidade.

Para além de fundar o Instituto Secular das Cooperadoras da Família, monsenhor Alves Brás fundou também a Obra de Santa Zita, hoje uma Instituição Particular de Solidariedade Social que apoia a infância e os idosos.

As cooperadoras da família dinamização dos Centros de Cooperação Familiar, dão apoio ao Movimento por um Lar Cristão, gerem a Fundação Monsenhor Alves Brás, entidade responsável pela Escola Profissional ASAS, e dinamizam o carisma do fundador junto dos jovens através do movimento juvenil ‘Focos de esperança’.

PR

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