Membro do grupo «Economia de Francisco – Portugal» destaca necessidade de envolver Estados, empresas e instituições na mudança
Lisboa, 04 jun 2023 (Ecclesia) – João Antunes, que integra o grupo ‘Economia de Francisco – Portugal’, destacou a urgência de “avançar com ações climáticas significativas”, promovendo modelos mais sustentáveis.
“Precisamos destas ações climáticas, que sejam novas, credíveis, que sejam sérias, que não seja mais do mesmo, metas irrealistas ou tão longínquas que não tenhamos noção de participação”, refere, em entrevista conjunta à Agência ECCLESIA e Rádio Renascença, emitida este domingo.
Numa conversa a respeito do próximo Dia Mundial do Ambiente (5 de junho), o consultor na área de gestão, estratégia e recursos humanos fala num debate “deficiente” sobre a importância de uma economia “mais justa e sustentável”, em Portugal, considerando que este tema é “vital”.
João Antunes defende que Estados, empresas e instituições acompanhem a mudança que tem sido promovida, a nível global, por milhares de pessoas, e apoia a proposta, lançada pelo Papa, na sua mensagem para o próximo Tempo da Criação, apelando ao fim da era dos combustíveis fósseis.
“É uma questão sempre difícil, acredito efetivamente que não é uma utopia, já passou a ser um imperativo, se quisermos prevenir piores impactos das mudanças climáticas”, indica o entrevistado.
Individualmente, somos clientes, somos consumidores, pagamos impostos, portanto, também temos esse poder de influenciar positivamente a forma como queremos que as coisas possam acontecer”.
Durante a pandemia, como casal, João Antunes e Rita Nascimento criaram um projeto – Treethis.com, respondendo à vontade de criar consciência e “apagar a pegada carbónica” através da plantação de árvores em locais onde a desflorestação acontece.
“A plantação de árvores é uma forma de repor algum equilíbrio a tudo o que vamos destruindo, no nosso dia a dia – no entanto, fomos percebendo que o impacto também era a nível social e económico”, refere
Em 2022, os dois participaram no encontro da ‘Economia de Francisco’, em Assis, onde partilharam o seu trabalho na educação das novas gerações.
“Começou em casa, com os nossos filhos, e o objetivo passou para uma lógica de educação, para as escolas, apoiando jovens na educação para uma ecologia integral, um pensamento mais global em torno da sustentabilidade”, relata o entrevistado.
A inovação e sustentabilidade encontram-se são uma das cinco dimensões pastorais do Fundamento Teológico da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023.
João Antunes sublinha que “a dimensão espiritual da sustentabilidade também diz respeito ao nosso relacionamento connosco, com os outros, com o mundo”.
“Somos convidados sempre a refletir sobre os nossos valores, sobre o nosso propósito, sobre qual é que é o nosso lugar nesta casa comum que é o nosso planeta”, afirma.
Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)
