Encontro Nacional da Pastoral da Saúde debate apoios à maternidade e cuidados paliativos O Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde defendeu hoje que a Igreja “tem de criar centros de apoio à vida que acolham as pessoas (caso de uma mãe solteira, uma adolescente que engravidou, um casal que tem relações de família difíceis, famílias que entram em conflitos e os doentes terminais)”. Estes Centros são projectos que incluem na mesma instituição todas as componentes ao nível da saúde, psicologia, espiritualidade e apoio religioso para cada pessoa. Em declarações à Agência ECCLESIA, o Pe. Vítor Feytor Pinto referiu que “a Igreja não se deve limitar a dizer os pontos éticos, mas deve intervir directamente na ajuda às pessoas”. E acrescenta: “Não queremos mais teorias, mas precisamos de descer à acção”. Este responsável falava à margem do início dos trabalhos do XX Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, a decorrer em Fátima, até 29 de Novembro. Subordinado ao tema «Boas práticas no Serviço à Pessoa», este encontro congrega cerca de 600 participantes que irão reflectir sobre: “Como reage a Igreja às situações suscitadas pela prática da Interrupção Voluntária da Gravidez?”; “Como acompanha a Igreja os doentes em fase terminal, com cuidados continuados e cuidados paliativos?”; “Como se relacionam a Igreja e o Estado, nas várias questões da saúde, no atendimento à pessoa doente?” e “Será possível criar uma rede que envolva serviços da Igreja e do Estado?”. O Pe. Feytor Pinto lembra que a Igreja já possui alguns Centros de Apoio à Vida (Braga, Ermesinde e Vila Real), mas refere que “estão muito colados ao problema do nascimento”. Alargar esta perspectiva é uma das prioridades. “Estes devem destinar-se a todas as faixas etárias, mas privilegiando o início e o termo da vida” – afirma o Pe. Feytor Pinto. Com representantes de todas as dioceses no Encontro da Pastoral da Saúde, “iremos pedir a cada diocese que se estruture e como pode desenvolver a acção”. O cidadão não pode estar compartimentado porque “ele é da Igreja, do Estado e da sociedade civil” – sublinhou o Pe. Vítor Feytor Pinto. E aconselha: “Temos de dar as mãos porque é por aqui que passam as boas práticas”. Numa sociedade com várias lacunas, a Comissão Nacional da Pastoral da Saúde quer elaborar “linhas de orientação para actuarem nestes centros”. As relações Igreja/Estado atravessam alguns problemas. “A partir deles vamos dialogar para resolvermos todas as coisas” – frisou o Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde. No entanto aconselha: “não deve haver más intenções da parte de nenhum negociador”. O ambiente “positivo” entre as pessoas “é fundamental”. E finaliza: “é preciso que o laicado intervenha na vida comunitária”. Já o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social reafirmou o empenho da Igreja católica no apoio às famílias e a mães em dificuldades para evitar o aumento do número de abortos, no âmbito da actual legislação. “Queremos que continue a ser possível nascer em Portugal, mas isso tem sido muito difícil”, justificou D. José Alves, citado pela agência Lusa. Nesse sentido, a Igreja tem vindo a dinamizar instituições espalhadas por todo o país vocacionadas para “apoiar as mães solteiras ou adolescentes grávidas que não têm apoio da própria família”. “O caminho ideal seria que cada pai e cada mãe tivesse condições para educar os seus filhos com aquele mínimo necessário para os ajudar a crescer e desenvolver-se”, defendeu D. José Alves. Programa 2º Dia – 27 de Novembro Saúde no fim da vida Moderadora: Prof. Doutora Paula Lobato de Faria 09,30h – “Enquadramento legal” – Prof. Doutor João Carlos Loureiro 11,00h – Intervalo 11,30h – “A continuação dos cuidados” – Dr. Marcelo Feio 13,00h – Almoço 15,00h – “O doente terminal” (Painel) Moderador – Dra. Edna Gonçalves Dr. José Cardoso da Silva Enf. Maria del Cármen Aparício Pe. José Nuno Ferreira da Silva 16,30h – Intervalo 17,00h – “Viver com a dor” (Painel) Moderador – Prof. Doutor Walter Osswald Prof. Doutor José Castro Lopes Dr.ª Beatriz Craveiro Lopes Prof. Doutor Joaquim Pinto Machado 18,30h – Eucaristia 3º Dia – 28 de Novembro Dois olhares complementares numa acção convergente Moderador: Mons. Vítor Feytor Pinto 09,30h – “A especificidade de cada um dos olhares” A visão do Estado – Dra. Inês Guerreiro 11,00h – Intervalo 11,30h – “A especificidade de cada um dos olhares A Visão da Igreja – P. Lino Maia 13,00h – Almoço 15,00h – “Convergência em acção integradora – Experiências reveladoras” (Painel interdisciplinar) Moderadora: Enf. Mary Anne Stilwell d’Avillez Obra Diocesana de Promoção Social – Américo Ribeiro Ajuda de Berço – Dra. Sandra Anastácio Irmãs do Bom Pastor – Irmã Nazaré Jardim Obra da Rua – P. João Rosa Ferreira 16,30h – Intervalo 17,00h – “Convergência em acção integradora – Desafios e respostas” (Painel Interdisciplinar) Moderadora: Dra. Elza Chambel Início da Vida – Dr. Carlos Alberto Martins da Rocha Educação Sexual – Enf. Teresa Tomé Ribeiro Acompanhamento Social – Dr. Manuel de Lemos Fim da Vida – Dra. Isabel Galriça Neto 18,30h – Eucaristia 4º Dia – 29 de Novembro Uma rede de cuidados 09,30h – “Dinamismos para uma rede de cuidados” Prof. Doutora Maria do Céu Machado 10,30h – “A intervenção da Igreja numa rede de cuidados” D. José Francisco Sanches Alves 11,30h- Intervalo 12,00h – Sessão de encerramento Leitura das conclusões Ministro da Saúde D. José Francisco Sanches Alves FOTO: Fátima Missionária on-line