Igreja/Media: Cónego João Aguiar recordou «importância decisiva do jornalismo» na vida de uma sociedade – Diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais

Isabel Figueiredo recorda percurso de «excelente comunicador», que uniu o padre e o jornalista

 

Lisboa, 27 abr 2023 (Ecclesia) – A diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS) da Igreja Católica em Portugal afirmou que o cónego João Aguiar Campos, falecido hoje aos 73 anos, procurou sempre destacar a “importância decisiva” do jornalismo “na vida de uma sociedade”.

“Ele esteve ligado desde sempre ao jornalismo, foi sempre essa a sua ocupação, enquanto sacerdote, na procura da verdade, que também era uma marca muito forte dele. Nesta determinação que temos de ter, todos os que trabalhamos na Comunicação Social, procurando sempre ultrapassar as dificuldades e mantendo a verticalidade”, referiu Isabel Figueiredo à Agência ECCLESIA.

O cónego João Aguiar Campos faleceu esta quinta-feira aos 73 anos de idade, na sequência de doença prolongada, informou a Arquidiocese de Braga.

O sacerdote nasceu a 23 de dezembro de 1949 em São João do Campo, Terras de Bouro (Braga); foi ordenado padre no dia 25 de março de 1973 e, entre 1974 e 1976, frequentou o curso de Ciências da Informação na Universidade de Navarra, Espanha.

Isabel Figueiredo começou por recordar que cónego João Aguiar “unia em si duas realidades distintas”, o padre e o jornalista, e mantinha, em ambas, “uma característica fundamental”, que era a de ser “um excelente comunicador e muito genuíno em tudo que dizia, fazia e escrevia”.

“Do ponto de vista profissional sempre o vi a defender as causas da Comunicação Social, com grande frontalidade, com total empenho e paixão, foi assim na Rádio Renascença, foi assim no Secretariado das Comunicações Sociais, foi assim em muitos fóruns onde tivemos ocasião de partilhar pensamentos, palavras e a postura do padre João foi sempre esta”, desenvolveu.

O padre João Aguiar começou a trabalhar no jornal ‘Diário do Minho’, da Arquidiocese de Braga, em 1976, e, em 1981, iniciou funções na Rádio Renascença; em 2011, foi nomeado diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, cargo que ocupou até abril de 2016.

A atual diretora do SNCS foi nomeada a 2 de maio de 2019, pela Conferência Episcopal Portuguesa, sucedendo nessas funções a D. Américo Aguiar, atual bispo auxiliar de Lisboa.

O padre João Aguiar foi das primeiras pessoas que lhe telefonou, quando a sua nomeação foi tornada pública, para lhe oferecer “todo o incentivo e coragem”.

“Acompanhei à distância a presença do padre João em muitos encontros do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais em Fátima e fui-me apercebendo do seu esforço para, acima de tudo, afirmar a importância da Comunicação Social da Igreja, para não desistir nunca de a colocar num patamar de relevância fundamental. Penso que todos estamos muito gratos, os secretariados diocesanos e o secretariado nacional, todos estarão muito gratos ao trabalho do padre João nesta defesa da relevância da comunicação social da Igreja”, desenvolveu.

Para Isabel Figueiredo, “a melhor homenagem” que se pode fazer ao padre João Aguiar “é continuar a ler o que ele escreveu”, um legado grande de escrita, que está publicada, “e que é muito reveladora da sua personalidade, da sua sensibilidade, da sua acutilância em termos de observação da sociedade portuguesa, do trabalho”.

O cónego João Aguiar Campos publicou as obras “Circunstâncias” (2016), “Rio abaixo” (2017), “Descalço também se caminha” (2019), “Morri ontem” (2019), “Fragmentos” (2020), “InTemporal” (2021), “Flores de Feno” (2021) e “Cochichos” (2023).

O presidente do Conselho de Gerência do Grupo Renascença Multimédia, o bispo D. Américo Aguiar, afirmou que o cónego João Aguiar “é uma das figuras maiores” da emissora católica portuguesa, lembrando o fundador da Renascença, monsenhor Lopes da Cruz, “ganha um papel muito especial na história destes 86 anos pela importância deste tempo e das decisões”.

“Nós estamos numa casa nova e, esta casa nova, aliás, como homenageamos no tempo certo – a inauguração da casa, deve-se muito ao cónego João Aguiar, a revolução digital, a transformação tecnológica digital, deve-se muito ao cónego João Aguiar”, destacou.

D. Américo Aguiar recordou o seu antecessor, que esteve à frente da administração da Renascença durante 11 anos, com “muita saudade” e a “muita gratidão” própria desta hora, “como padre, como bispo, como presidente do Conselho de Gerência, como cidadão, como amigo, como irmão”, lê-se no sítio online da emissora católica.

 A nível pessoal, Isabel Figueiredo partilha ainda que o padre João Aguiar “acompanhou muitos momentos” da vida familiar.

“Bem sabemos que as partidas causam sempre esta tristeza, mas ao olhar para trás e, principalmente, para o testemunho do padre João, nestes últimos anos da sua vida, ele é verdadeiramente um sinal da presença de Deus no mundo, um sinal de esperança, um sinal de confiança no amor de Deus, são características que na vida de um sacerdote nos têm de encher o coração, apesar da dor da partida”, refere.

Segundo a entrevistada, o falecido sacerdote conseguiu fazer amizades por todo o lado e conseguiu alimentá-las porque “era uma pessoa com uma marca muito forte de sensibilidade e de ternura”.

“Isto faz com que as pessoas possam lembrar assim. Sinto que, neste momento, o padre João está em paz, no colo de Deus, como costumava dizer, e tinha esta expressão muitas vezes, e todos nós nos podemos sentir gratos e felizes por ter conhecido o padre João Aguiar”, conclui.

CB/OC

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