O “Plano Comboni” e os desafios da África

Escritos de Daniel Comboni apresentados ontem A actualidade da acção e pensamento de São Daniel Comboni estiveram ontem no centro das atenções durante o colóquio sobre África que assinalou o lançamento da obra “Escritos” do fundador dos Missionários Combonianos, pela editorial Além-Mar. “O livro contém escritos, cartas, relatórios, plano e a regra para os missionários. No fundo, este é um encontro vivo e apaixonante com uma aventura missionária”, assegura o Pe. Manuel Augusto, antigo superior geral da congregação. Segundo Brazão Mazula, orador convidado e reitor da Universidade Eduardo Mondlane de Maputo, “há quatro dimensões fundamentais no plano de Comboni: a confiança no homem com quem devemos trabalhar, a aposta na civilização que encontrou, a acção de desenvolvimento e evangelização que abrange o homem todo, a catolicidade da Fé que respeita a identidade local. Todas estas dimensões são actualíssimas”. Tudo isto explica a noção fundamental de “salvar a África com a África”, acrescentou em declarações à Agência ECCLESIA. “A colonização foi um passo atrás no plano Comboni, esquecendo a dimensão do africano como sujeito de desenvolvimento”, defende Mazula que critica quem diz que os africanos não estão preparados para assumir os seus destinos. No mesmo sentido vai a reflexão do Pe. Manuel Augusto, para quem “o plano de regenerar África foi muito melhor conseguido a nível eclesial do que na parte social ou política, já que os africanos não têm direito a ser protagonistas de um desenvolvimento a que têm direito”. A continuidade da obra de Comboni passa, hoje em dia, “pela formação das consciências, nas nossas obras, colaborando com a sociedade civil e os governos nas nossas missões”, conclui.

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