Cardeal Tauran admite dificuldades no diálogo com o Islão

O Cardeal Jean-Louis Tauran, novo presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso (CPDIR), considera que o diálogo com o Islão é uma prioridade para o Vaticano, apesar de admitir que há ainda muitas dificuldades. Numa entrevista ao jornal católico La Croix, de França, o antigo responsável pela diplomacia da Santa Sé frisa que o diálogo teológico entre as duas religiões é quase impossível porque “os muçulmanos não aceitam que se possa discutir o Corão”, fruto de uma “interpretação absoluta”. D. Tauran contestou ainda a imposição de limites à construção de igrejas no mundo islâmico. “É preciso explicar aos muçulmanos que, se eles têm a possibilidade de construir mesquitas na Europa, é normal que se possam edificar igrejas entre eles”, afirmou. “Num diálogo entre fiéis, é fundamental ter em mente que o que é bom para um é bom para o outro”, acrescentou. A respeito do Encontro Internacional pela Paz, inaugurado este Domingo pelo Papa, em Nápoles, o presidente do CPDIR sublinha que “não são as religiões que fazem a guerra, mas os homens”. “A religião assusta porque é pervertida pelo terrorismo”, apontou.

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