Fátima e a Primeira República

Santuário apresenta documentação relativa à «política anti-religiosa» do Estado entre 1924 e 1925 O Serviço de Estudos e Difusão do Santuário de Fátima (SESDI) apresentou este fim-de-semana mais um tomo da “Documentação crítica de Fátima”, onde se aborda “o combate travado pelo Estado, contra a Igreja, durante a Primeira República”. O terceiro tomo do quarto volume abrange o período de 13 de Outubro de 1924 a 31 de Dezembro de 1925. Segundo António Teixeira Fernandes, autor da introdução ao tomo, Fátima foi “o maior teatro de guerra” deste combate. “O Estado desenvolvia uma política anti-religiosa, permeada de agressividade e violência”, aponta. Na época em análise, “Fátima serve de palco e de detonador do despertar da consciência católica”, assinala Teixeira Fernandes. Desta actualidade dão conta dois diários católicos, “A Época” e “Novidades”. O terceiro tomo do quarto volume possui 249 documentos, dos quais 85 cartas, 27 documentos de carácter oficial, três notas ou apontamentos, uma fotografia e 133 artigos ou correspondências em publicações periódicas, alguns dos quais incluem as respectivas gravuras. O Pe. Luciano Cristino, director do SESDI, sublinha a publicação do relatório do Delegado do Governo sobre a peregrinação de Fátima e seus antecendentes, assinado por Artur de Oliveira Santos (administrador de Vila Nova de Ourém) e datado de 31 de Outubro de 1924, “documento só conhecido na sua minuta”. Entre os documentos de maior importância encontram-se os referentes à entrada de Lúcia na congregação de Santa Doroteia. Junta-se uma carta, até agora inédita e que faz alusão, pela primeira vez, “à chamada visão dos primeiros sábados”, a 10 de Dezembro de 1925. A missiva é da Madre Maria das Dores Magalhães, religiosa que já tinha recebido Lúcia no asilo de Vilar e que a recebeu novamente em Pontevedra. A religiosa, que se confessa céptica em relação a visões e aparições, admite que no caso de Lúcia não tem nenhumas dúvidas, dado que via nela “virtude e simplicidade abundante”. O director do SESDI deixou ainda o desejo de que em Fevereiro do próximo ano seja possível publicar em formato digital e apresentar na Internet todas as edições da Voz da Fátima, que se começou a publicar a 13 de Outubro de 1922.

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