Sociedade: «A minha visão é fazer o bem porque recebo o bem» – Rui Nabeiro

Empresário vivia «os prolemas dos outros» e sonhava com uma sociedade capaz de ajudar quem precisa

(Entrevista emitida no programa 70×7 do dia de Páscoa de 2019)

Lisboa, 20 mar 2023 (Ecclesia) – Rui Nabeiro, fundador do grupo Nabeiro – Delta Cafés, faleceu aos 91 anos a sonhar com uma sociedade capaz de ajudar os outros e determinado não só em ser um homem “bom”, mas em fazer todas as pessoas boas.

“A minha visão é fazer o bem porque recebo o bem”, afirmou Rui Nabeiro em 2019, à Agência ECCLESIA, nas instalações do Grupo Nabeiro, em Campo Maior.

O empresário disse na ocasião que sonhava com um mundo em que as pessoas não pensassem só em si próprias e com uma “sociedade digna”, capaz de ajudar cada cidadão a “reconstruir” a sua viva.

Foto Agência ECCLESIA/MC, Estátua de Rui Nabeiro, em Campo Maior

“O ser humano pode não ser capaz de reconstruir, mas se a sociedade em geral ajudar, seria maravilhoso”, afirmou.

Rui Nabeiro referia, na ocasião, que vivia “o problema dos outros”, nunca dizia “não” aos 8 a 10 pedidos que recebia por dia, empenhando-se no grupo que fundou em 1961 em criar conduções de educação para os 3500 colaboradores, assim como para os seus filhos.

“Temos valorizado as pessoas que já tinham abandonado a escola, mas voltam à escola e têm um emprego mais decente”, lembrou.

Sei viver a vida dos outros pensando neles. Isso dá-me uma alegria enorme porque, por onde quer que caminhe, tenho sempre uma resposta positiva: o sorriso”.

Na entrevista gravada por ocasião da Páscoa, Rui Nabeiro afirmava que nunca se sentia satisfeito com o que tinha realizado, porque “queria fazer mais” e  afirmava-se determinado continuar a ajudar todas as pessoas, em cada dia, para ter s“algo para contar” a si próprio,  e que passava por “arranjar mais um trabalho a uma pessoa que estava carente”, atender a quem “precisava de qualquer coisa”, não só em Campo Maior, mas “muito longe de Campo Maior e fora do país também”.

“Sou uma pessoa sentimental, que vive os problemas dos outros. Mas é preciso que alguém puxe a alegria quando as pessoas estão um pouquinho por baixo. E essa também é uma parte que me toca, porque tenho sempre a minha piada”, afirmou na ocasião, lembrando que o seu sorriso era “natural”, nos “lábios e também nos olhos”.

Rui Nabeiro faleceu este domingo aos 91 anos de idade, na sequência de problemas respiratórios; as cerimónias fúnebres decorrem na Igreja Matriz de Campo Maior esta segunda-feira, a partir das 12h00, onde será celebrada a Missa de corpo presente na terça-feira, também às 12h00, sendo sepultado depois no Cemitério Municipal de Campo Maior.

PR

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Agência ECCLESIA

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