ONU estima sequestro de 1300 pessoas e a morte de mil apenas em 2022
Lisboa, 17 mar 2023 (Ecclesia) – As Nações Unidas calculam que cerca de 1300 pessoas tenham sido sequestradas no Haiti, e mais de duas mil pessoas assassinadas, apenas no último ano, gerando “insegurança e instabilidade” no país caribenho.
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) dá conta de sequestros de sacerdotes da congregação dos Clérigos de São Viator, exemplificativos da violência que o país está a viver.
“O padre Jean-Yves Médidor estaria a sair de casa quando tudo aconteceu. Ao fechar o portão, um dos nossos guardas viu homens encapuzados a perseguir o padre. Mais tarde, apercebemo-nos que outros veículos estavam à sua espera à saída da estrada, junto à residência da comunidade, nos arredores de Croix-des-Bouquets”, relata à AIS D. Max Leroy Mésidor, arcebispo de Port-au-Prince, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
O padre Dudley Pierre, superior dos Clérigos de São Viator no Haiti fala em acontecimento “doloroso e revoltante”, que mostra a violência e “anarquia”, que se vive no país.
Semanas antes um sacerdote claretiano, natural dos Camarões, conseguiu “escapar ileso”, relata a AIS, de um sequestro que durou 10 dias.
A violência está a “arrastar o país para a pobreza”, relatou a irmã Marjorie Boursiquot, num encontro promovido pela fundação pontifícia.
“Todos os dias há assassinatos, violações e roubos. Assistimos a violência entre gangues a um nível nunca visto, ao assassinato do presidente Jovenal Moïse, a mais um sismo que provocou 2.500 mortos e que é o segundo numa década, a um sistema sanitário à beira do colapso e a uma insegurança alimentar dramática”, descreveu.
O clima de insegurança levou a que algumas comunidades tivessem de encerrar as portas devido a ameaças de criminosos, uma vez que “em algumas instituições religiosas, os criminosos entram tranquilamente, matam e raptam”.
LS