«Verificou-se que o terceiro nome é de fora da diocese, pelo que já foi encaminhado para a diocese de origem», lê-se no comunicado
Bragança, 11 mar 2023 (Ecclesia) – A Diocese de Bragança-Miranda informa hoje que recebeu uma lista com o nome de três sacerdotes da Comissão Independente, um padre já faleceu, outro não é da diocese, e outro caso já decorreu o “processo civil e canónico”.
“Dos três nomes recebidos, um tornou-se naturalmente inconsequente por falecimento. Outro já tinha sido alvo de processo civil e canónico por abuso sexual de menores, processo esse entretanto concluído e que resultou na aplicação de medidas disciplinares segundo as normas em vigor”, lê-se num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
A Diocese de Bragança-Miranda informa também que na lista com o nome de três sacerdotes identificados pela Comissão Independente (CI) para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, o “terceiro é de fora da diocese”, e já foi “encaminhado para a diocese de origem”.
“Caso se verifique que os testemunhos recolhidos pela Comissão Independente configuram novos factos, será iniciado um novo procedimento canónico”, acrescenta.
A Diocese de Bragança-Miranda afirma-se “solidária com as vítimas, de dentro e fora da Igreja”, e que empenhar-se-á “e tudo fará no sentido de que qualquer futura denúncia” conheça o respetivo procedimento canónico e civil “expressamente consignado para a proteção das vítimas”.
A nota de esclarecimento surge na sequência da entrega de uma lista, pela CI, aos responsáveis católicos de Portugal, no último dia 3 de março, com nomes de alegados abusadores, referidos nos testemunhos recolhidos pelo relatório final desta comissão, apresentado publicamente no dia 13 de fevereiro.
A diocese transmontana começa o comunicado a assinalar que o seu administrador diocesano recebeu a lista de nomes “fruto do meritório e louvável trabalho” da CI.
A Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis de Bragança-Miranda também já foi reformulada, “segundo a determinação da última Assembleia Plenária Extraordinária” da CEP, e, agora, é constituída por quatro leigos – três leigas e um leigo -, com formação em psicologia, pedopsiquiatria, direito e investigação criminal.
Esta comissão vai continuar a exercer o seu trabalho “de prevenção, acolhimento e acompanhamento de eventuais vítimas”, a colaborar com os organismos canónicos e civis, “no sentido de afastar das comunidades de Bragança-Miranda a prática de qualquer tipo de abusos”.
O Vaticano disponibiliza desde 2020 um “vade-mécum” para ajudar os bispos e responsáveis de institutos religiosos no tratamento de denúncias de abusos sexuais de menores.
CB
Notícia atualizada 11h10
Especial: 15 pontos para entender como a Igreja trata casos de abusos sexuais
