Dia da Mulher: «Se olharmos para a ação pastoral na Igreja vemos um rosto muito feminino de Igreja» – Ondina Matos

Leiga da Diocese de Aveiro diz que «nunca» sentiu restrições por ser mulher, no espaço da Igreja, considerando importante que exista mais «visibilidade»

Foto: Agência ECCLESIA/PR

Aveiro, 08 mar 2023 (Ecclesia) – Ondina Matos, do Comité Organizador Diocese (COD) de Aveiro para a JMJ Lisboa 2023, afirmou que “o rosto feminino da Igreja existe, e em abundância”, embora nem sempre em “lugares de decisão”.

“Nós, mulheres, já temos um papel muito importante e fundamental na Igreja. Se olharmos para a ação pastoral na Igreja vemos um rosto muito feminino de Igreja”, refere à Agência ECCLESIA, no âmbito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala hoje.

Diretora do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Aveiro durante seis anos, Ondina Matos considera que “falta, às vezes, dar voz a esse rosto feminino” na ação pastoral da Igreja e também no contexto laboral”, no qual muitas ainda não “chegam a altos cargos de decisão”.

A leiga, que integra atualmente o COD de Aveiro para a JMJ Lisboa 2023, recorda que foi “a primeira diretora mulher da Pastoral Juvenil”, participando em reuniões “onde só estavam homens, padres e bispos”.

“Depois de mim já houve outras mulheres diretoras de Pastoral Juvenil e bem, e muito bem, mas obviamente é uma barreira. Eu acho que ainda há algum clericalismo”, assinala.

Ondina Matos admite que, “em muitos espaços da Igreja, a mulher poderia ter um papel muito mais ativo e interventivo”, e não só em tarefas menores que muitas vezes lhe são atribuídas.

É preciso perseverança, estar presente e não nos demitirmos do nosso papel. Muitas vezes os leigos, não só as mulheres, também nos demitimos do nosso papel de responsabilidade, delegamos essa responsabilidade para os clérigos”.

Em entrevista ao Programa ECCLESIA, transmitida hoje na RTP2, Ondina Matos lembra que a sua “história nasce na paróquia”, tendo depois começado a trabalhar “nas equipas arciprestais de Pastoral Juvenil” e a participar em atividades diocesanas, tornando-se “cada vez mais ativa”.

Sobre este Dia Internacional da Mulher, a entrevistada sustenta que “há ainda muito para fazer”, porque muitas mulheres vivem em regiões do mundo nas quais os seus direitos “não são respeitados”.

PR/CB/OC

 

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Agência ECCLESIA

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