Conferência encerrou 45º Encontro Diocesano de Liturgia
Viana do Castelo, 31 Jan 2023 (Ecclesia) – O padre José Frazão Correia afirmou em Viana do Castelo que a liturgia “é uma ação comum de todos” e o modo de celebrar não pode ser uma “arbitrariedade”, mas deve corresponder à atual “compreensão da Igreja”
“A maneira como celebramos traduz a compreensão que temos da Igreja que somos”, disse o sacerdote jesuíta no 45º Encontro Diocesano de Liturgia de Viana do Castelo.
Para o padre Frazão Correia, o modo como cada um atua numa celebração não é só uma “questão de gosto”, mas revela, “sem palavras”, a compreensão da Igreja, que é sempre a mesma, mas “tem fases” na sua história.
“A compreensão que o Concílio Vaticano II tem da Igreja é diferente da compreensão da compreensão que Trento tem da Igreja”, lembrou, acrescentando que “a compreensão da liturgia em Trento não é a mesma da compreensão da liturgia no Vaticano II”.
O conferencista lembrou que Trento entende que o rito “é sobretudo para ser observado” e é realizado pelo ministro ordenado “em favor de toda a assembleia”, que tem de ter “cuidado com todas as rúbricas”, enquanto que o Concílio Vaticano II remete para uma “ação comum, onde todos celebram, um preside e há uma articulação de ministérios”.
O padre José Frazão Correia afirmou que é necessário “recuperar” o conceito de liturgia como “uma ação onde todos celebram, um só preside e há uma diversidade de ministérios, de participações, que favorecem essa mesma ação”.
“A liturgia é uma ação, é algo que se faz”, afirmou, acrescentando que “a liturgia não aponta imediatamente para a cabeça que compreende as coisas, não aponta imediatamente para o coração que as sente, mas aponta imediatamente para as mãos que fazem coisas”.
O sacerdote jesuíta disse que não se pode desconsiderar “o que é central na liturgia”, as “mãos que fazem” e o corpo, alertando que “o corpo é o grande ausente da liturgia”.
Para o padre Frazão Correia, o “critério da qualidade” das celebrações litúrgicas “está em saber se é ação e ação de todos”.
Na conferência que encerrou o 45º Encontro Diocesano de Liturgia de Viana do Castelo, o padre José Frazão Correia lembrou que a fidelidade à verdade “não está apenas no passado”, mas também “no presente e no futuro”, referindo que a verdade “atrai” para o futuro..
“A fidelidade pode pedir-nos que mudemos o que recebemos”, sustentou.
Para o padre José Frazão Correia, pode ser necessário “mudar as formulações, os ritos para ser fiel ao Evangelho”.
o 45º Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica decorreu no último sábado no Centro Pastoral, em Viana do Castelo, sobre o tema “’Eis que faço novas todas as coisas!’ – A eterna juventude da liturgia”.
PR