O Cardeal Paul Poupard deixou esta semana de ser o mais antigo “ministro” do Vaticano, ao ser substituído na presidência do Conselho Pontifício para a Cultura (CPC). Aos 77 anos, e depois de quase duas décadas como o homem forte do Vaticano para o diálogo intercultural, na sociedade contemporânea, o Cardeal francês considera que ” hoje, na Igreja, há uma percepção maior com o que está em jogo, no que diz respeito ao encontro da Igreja com as culturas”. Em entrevista à Rádio Vaticano, D. Paul Poupard diz que é neste encontro com as culturas “que se joga o futuro da Igreja e do mundo. É uma coisa enorme, que se traduziu em muitas iniciativas, tanto para a evangelização das culturas quanto para a inculturação do Evangelho, que caminham lado a lado”. O Cardeal admite que a cultura mudou significativamente ao longo destes anos, em especial fora da Europa, “nas consciências culturais, tanto das culturas tradicionais africanas quanto das grandes tradições culturais da Ásia, e também na realidade singular da cultura latino-americana”. “Exige-se da Igreja, um compromisso cada vez mais incisivo para dar aos católicos e aos cristãos o sentido e o orgulho da própria cultura, a fim de não se deixarem invadir pela cultura mundana, secularizada, que volta a ser pagã”, alerta. Segundo este responsável, “há toda uma corrente que, em nome da laicidade, se torna laicismo, e que gostaria de repelir a cultura católica e cristã também da vida pública, como se fosse inimiga da humanidade, quando, ao invés, é totalmente o contrário”.