A Irmã Celina da Conceição completou um aniversário invulgar: 70 anos de Vida Consagrada. Pertence ao Instituto das Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora e está em Setúbal desde 1942. Nasceu e foi baptizada em 1920, na paróquia de Teixeró, Baião, da diocese do Porto. Duas outras irmãs de sangue e três primas seguiram igualmente a vocação religiosa. Da sua freguesia contam-se, tanto quanto a memória permite, 40 religiosas e 2 padres. Conheceu a sua Congregação no Hospital de Santa Maria, no Porto. Quis logo pertencer-lhe, mas teve de esperar pela idade necessária para entrar no noviciado, o que aconteceu há sete décadas. O noviciado e os votos temporários foram em Santo Tirso. Depois trabalhou em várias instituições, quase sempre com crianças. Já depois de estar em Setúbal, trabalhando no antigo hospital do Espírito Santo (convento de Jesus), fez os votos perpétuos. Nunca deixou Setúbal e o seu hospital (o antigo e o actual de S. Bernardo), percorrendo vários serviços: medicina, pediatria, cirurgia e oftalmologia. Mesmo depois da aposentação continuou – e continua – a ir visitar doentes, tratar da capela, matar saudades… É com alegria que a Irmã Celina recorda os seus longos anos de vida religiosa nesta cidade e nos seus hospitais, onde as religiosas enfermeiras deram sempre (e continuam a dar, embora hoje em menor número) um testemunho de disponibilidade e afabilidade e foram presença de Jesus junto de doentes e seus familiares, médicos e enfermeiros, com um carinho aprendido do seu inspirador S. Francisco de Assis. Hoje, na discrição de uma vida mais recolhida, a Irmã Celina não deixa de expressar a sua alegria, a sua fé, o seu gosto de conviver, a sua vontade de servir. A Irmã Celina, pelo seu testemunho de fé e de amor a Cristo e à Igreja é, para a diocese e para a cidade, um dom de Deus que continua a chamar outras jovens como aquela mocinha alegre e divertida que aos 17 anos entrou para o convento e hoje, 70 anos depois, continua a sorrir e se sente ainda mais feliz.