“Da Eucaristia à Missão” e “Dos Jovens ao Compromisso”

“Quem caminha na Igreja à margem da Eucaristia pode desistir na primeira curva” De quinta-feira a domingo, a Igreja Diocesana viveu a abertura do ano pastoral, tendo como centro de reflexão o tema “Da Eucaristia à Missão; Dos Jovens ao Compromisso”. Vigararias e seus Secretariados, Movimentos e Serviços, clérigos e leigos, jovens e menos jovens, todos à procura de motivações para se renovar a Igreja aveirense, puderam encontrar propostas que o nosso Bispo, D. António Marcelino, soube, ao seu jeito empenhado, despertar para uma vida eclesial que não pode prescindir da Eucaristia e tem de apostar na juventude. “Quem caminha na Igreja à margem da Eucaristia pode desistir na primeira curva”, sublinhou D. António no encerramento dos trabalhos que decorreram no Seminário de Santa Joana Princesa, tendo acrescentado que, “quem não descobrir a dimensão comunitária, falha em toda a linha”. Disse ainda que “não chega a generosidade de alguns; é precisa a comunhão de todos”. Os trabalhos foram orientados pelo Vigário Episcopal para a Pastoral Geral, padre Victor Marques, que soube criar belos momentos de meditação e mostrar a todos os participantes o Plano para 2003 – 2004 com motivações e objectivos, bem apoiados na dimensão teológico-pastoral. Importante, também, foi o momento em que as diversas Vigararias partilharam os seus projectos e desafios, numa procura de caminhos convergentes que levem à evangelização, certos de que “a salvação de muitos depende da oração de todos”, como referiu o nosso Bispo. Para D. António, que apresentou os temas fulcrais da abertura do ano pastoral, num gesto de compromisso pessoal com todo o Plano Diocesano, o domingo está cada vez mais secularizado, sendo urgente desenvolver esforços que levem à inversão desta realidade. Por isso, referiu a necessidade de se construir uma Igreja mais jovem e mais preocupada “com a dimensão sagrada do domingo e com os valores que o Dia do Senhor comporta”. Apoiando-se em documentos do Papa João Paulo II e do Vaticano II, lembrou que é preciso redescobrir o sentido do mistério, com sacramentos e oração, para se renovar o velho continente. A Eucaristia estimula-nos a caminhar para a perfeição, enquanto é fundamento da nossa própria fé, projectando-nos para a comunhão com os outros e com Deus, afirmou. A Eucaristia é fonte donde dimana toda a força dos cristãos e nunca preceito que serve mais para tranquilizar consciências do que para as inquietar. Ela gera a comunhão fraterna, leva-nos à procura dos mais afastados, desperta em nós o espírito missionário e contribui para o crescimento da Igreja, na certeza de que “não pode haver celebração da Eucaristia sem projecção no mundo da Mensagem de Cristo”, afirmou D. António. Jovens: Um dom especial do Espírito de Deus à sua Igreja Ao referir-se ao jovens, que são “um dom especial do Espírito de Deus à sua Igreja”, o nosso Bispo frisou que a renovação das nossas comunidades tem de ser feita com eles. Descurar a atenção aos jovens “é hipotecar o futuro da Igreja”, disse. Mas logo acrescentou que “eles são um sinal dos tempos que nos interpela”. Depois de evocar o meritório trabalho de todos os secretariados da pastoral juvenil, ao longo das últimas três décadas, e dos diversos movimentos, organizações, instituições e demais grupos vocacionados para esta área eclesial, D. António Marcelino lembrou que há muitas centenas de jovens que se preparam para o Crisma e que se empenham na Igreja e em várias acções sociais, sem deixar de salientar que “ainda há os que se marginalizaram os são só de culto”. Por outro lado, recordou os jovens que optam pelo casamento civil e pelo divórcio precoce, “que se interpelam e nos interpelam”. Frisou o vazio moral e espiritual que caracteriza os nossos tempos, o desinteresse social e político de muitos, bem como a instabilidade no emprego e o desemprego que afectam inúmeros jovens da Diocese aveirense. E referiu, também, como desafios para as nossas pastorais, as opções de vida de alguns jovens, cujos valores são tão diferentes dos valores dos seus pais, apesar de serem simpáticos, alegres e interpelantes. Para D. António, importa descobrir o que falta fazer para com eles chegarmos mais longe, esperando-se que o Sínodo dos Jovens, já em preparação, venha ajudar a rejuvenescer a Igreja Diocesana. “O compromisso com os jovens leva-nos a procurar o caminho para melhor caminharmos com eles”, sublinhou. Entretanto, não deixou de recordar, como desafios a todos e cada um dos responsáveis, que, “sem um Plano comum, não há horizonte de crescimento, nem estímulo a ir mais longe, nem vivência eclesial que anime e conforte”. E mais: “para todos os cristãos, sem excepção, não há vida espiritual séria, espírito de comunhão consequente e compromisso apostólico generoso, sem vivência eucarística.” No domingo, no final da Eucaristia que incluiu a ordenação de cinco diáconos permanentes, o nosso Bispo, em cerimónia de envio, entregou a arciprestes, presbíteros, diáconos e responsáveis dos secretariados e serviços diocesanos o Plano de Pastoral para 2003 – 2004, para que seja assumido por todos.

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