É assim todos os anos na Póvoa de Varzim, na tarde do dia 15 de Agosto: milhares de pessoas, de perto e de longe, concentram-se na estrada junto ao mar para ver a procissão em honra de Nossa Senhora da Assunção, a padroeira dos pescadores. A festa é organizada pela Real Irmandade de Nossa Senhora da Assunção, que existe há mais de 210 anos, com a colaboração valiosa dos moradores no território da paróquia da Lapa. Com efeito, durante a noite, são eles que embelezam as ruas por onde passa a procissão que sai e termina na igreja da Lapa. Entre os andores de São Pedro, Santo António, Senhora do Sameiro, Coração de Maria, Senhora da Boa Viagem, Senhora da Anunciação, Senhora da Lapa, Santíssima Trindade e Senhora da Assunção, seguem dezenas de figurados, representando cenas da Bíblia e da vida da Virgem Maria. Para ver uns e outros, são muitas as pessoas – umas por devoção, outras por curiosidade, ou então porque estão de passagem – que se concentram em ambos os lados da marginal da Póvoa de Varzim, sobretudo em frente ao porto de pesca, porque é neste local que a procissão pára mais tempo. Aqui, os andores são voltados para o mar e assim permanecem enquanto são lançados milhares de foguetes – a forma escolhida pelos pescadores para homenagear a sua padroeira. Ontem, a sessão durou um quarto de hora. Este ano, a festa teve a particularidade de ser presidida pelo novo Bispo Auxiliar de Braga, D. António Couto, que foi convidado para o tríduo preparatório, para a missa solene e para a procissão. E foi também a primeira vez que o novo pároco da Lapa, padre Duarte Nuno Rocha, presenciou esta manifestação de fé da gente do mar. Um e outro mostraram-se surpreendidos com a elevada participação de pessoas neste acto religioso, que têm como finalidade pedir a intercessão da Virgem Maria para mais um ano de faina. O novo pároco da Lapa, que convidou D. António Couto antes de ele ser eleito Bispo Auxiliar de Braga, apreciou também a forma como a procissão é organizada.