O Pe. Francisco Pereira Crespo, director do Departamento da Pastoral Sócio-Caritaiva do Patriarcado de Lisboa, considera que o Estado não tem vocação para “exercer a caridade”. Em entrevista ao semanário diocesano Voz da Verdade, este responsável lembra que “a Igreja sempre foi pioneira na acção sócio-caritativa”, lamentando que o Estado comece a assumir “de uma forma irracional” aquilo que foi antes o trabalho da Igreja. “O Estado não está assumir o seu papel de subsidiariedade. Isto é, o Estado não tem vocação para exercer acção sócio-caritativa, porque ela é feita através de voluntários, da caridade e do testemunho de Jesus Cristo”, aponta. “A caridade não pode ser exercida como o Estado faz, de uma maneira fria, muitas vezes demasiado teórica. Desta forma, temos de pensar noutra maneira de exercer a acção da caridade”, acrescenta. Como prioridades, o director do Departamento da Pastoral Sócio-Caritaiva do Patriarcado de Lisboa aponta “os idosos, os doentes, os presos, os sem-abrigo, os drogados, os marginais, aqueles que vivem em solidão”. Após as mudanças estruturais, ocorridas na Cúria Diocesana de Lisboa, promovidas pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, este Departamento abarca respectivos sectores: a pastoral social, a caritas, a pastoral da saúde, as capelanias prisionais e a pastoral da mobilidade. “Temos de traçar linhas de acção e delinear um programa de futuro. O voluntariado será outra das áreas muito importantes. Todo o voluntariado tem que ser revisto, porque, se calhar, há muito voluntários numa área e poucos noutra”, afirma o Pe. Crespo. Este responsável defende ainda a divulgação de “uma pequena cartilha” da Doutrina Social da Igreja, porque temos gente cheia de boa vontade, mas que depois não tem a formação adequada nessa área”.