Membro da Oikos defende uma “reorganização da sociedade ao nível global para o abandono dos combustíveis fósseis”
Lisboa, 24 nov 2022 (Ecclesia) – José Luis Monteiro, da Oikos, esteve em representação da Plataforma Portuguesa das Organizações não-governamentais na COP27, e disse à Agência ECCLESIA que a cimeira foi “mais de estagnação do que implementação” e que é preciso uma “reorganização da sociedade ao nível global para o abandono dos combustíveis fósseis”.
“Foi uma cimeira mais da estagnação do que da implementação, alguns passos importantes foram dados mas no âmbito geral houve coisas que ficaram mais uma vez adiadas”, afirmou o responsável em declarações à Agência ECCLESIA.
José Luis Monteiro descreveu “não haver reforço nos compromissos assumidos” em relação ao aquecimento global, considera necessário o compromisso de “largar os combustíveis fósseis” e o “financiamento aos países em desenvolvimento”.
“Em relação aos combustíveis fósseis, tem de haver um trabalho de reordenamento, de reorganização da nossa sociedade, ao nível global, porque temos de perceber que vai haver gente que vai ganhar e perder com isto e começar pelo investimento mais direcionado para energias renováveis mas também um maior investimento em eficiência energética”, indica.
O entrevistado do programa ECCLESIA, emitido hoje na RTP 2 dá “nota positiva a Portugal” mas defende que há passos que têm de ser dados globalmente.
“Há muitos passos que têm de ser dados de forma individual mas têm de ser movimentos gerais e globais e aí os governos têm muito a fazer”, aponta.
José Luis Monteiro afirma ainda que “Portugal tem feito o trabalho de casa e, dentro da União Europeia faz força para que as coisas avancem, como caso do investimento nas energias renováveis”.
“O trabalho de casa é geralmente feito mas somos pequenos e, quando chega a altura de assumirmos mais cooperação com países em desenvolvimento, como os PALOP’s falhamos um bocado”, nota.
Olhando as novas gerações e as suas manifestações perante as mudanças climáticas, o membro da Oikos defende que “é preciso mostrar alternativa”.
“O que acontece, sobretudo com os jovens, é que se não lhes mostrarmos alternativa, que não lhes mostramos que estamos a fazer o nosso melhor, vão ter formas de protesto cada vez mais desesperadas e nem sempre da forma mais inteligente mas precisamos que a sociedade civil esteja envolvida”, conclui.
PR/SN