Cáritas e UCP juntas na formação

A falta de conhecimento sobre a Doutrina Social da Igreja esteve na base do protocolo assinado no passado Sábado entre a Cáritas Portuguesa e a Universidade Católica Portuguesa. Um protocolo que sob a forma de “e-Learning”, um curso através da internet, visa colmatar uma lacuna que diz respeito a todos, não apenas às direcções ou aos técnicos que trabalham nesta organização. Por isso esta parceria agora assinada dirige-se a todos quantos queiram participar nesta formação. Isabel Monteiro, vogal da direcção da Cáritas Portugal, dá conta à Agência ECCLESIA de que a parceria visa, em sistema de “e-Learning”, dar formação através de módulos e conteúdos programáticos. A qualidade técnica nas organizações não basta. “Nas organizações esta qualidade deve estar presente num ponto de vista profissional mas também na prática da doutrina cristã”. As temáticas que vão ocupar as sessões de “e-Learning”, através da internet, vão debruçar-se sobre a profecia “encarada nos diferentes tempos, deste o Antigo Testamento até à actualidade”, contanto também com um módulo sobre a “eclesiologia de comunhão”. A análise da realidade será também um dos pontos a ser trabalhado, em ligação depois com a vertente espiritual, pois “quem trabalha com a realidade tem de manter presente uma dimensão de oração para poder intervir”. Quatro sessões presenciais vão ter lugar em Fátima e Isabel Monteiro adianta já as temáticas: educação para a caridade, animação, a celebração na comunidade cristã e a última de avaliação. Alguns temas estão mais direccionados para a Cáritas, nomeadamente sobre animação pastoral, no entanto isto não exclui a participação de agentes extra Cáritas, “pois é aberta a toda a sociedade civil e organismos da Igreja que nela queiram participar”, sublinha Isabel Monteiro, O arranque está previsto para Janeiro de 2008 e a duração calcula-se de seis meses. A administração dos conhecimentos corresponde agora a uma primeira fase. “Queremos depois entrar noutra fase, já em análise com a UCP, de entre cruzar estes conhecimentos com a prática e coerência de vida cristã”. O objectivo é que com esta formação se possam reproduzir práticas nas instituições “na forma do atendimento e acolhimentos prestado”. Isabel Monteiro aponta que o trabalho “não pode ser meramente profissional mas também um serviço realizado por um profissional de coração e com o sentido de missão que parte da Igreja”. A falha no conhecimento sobre DSI acontece desde a catequese “onde não se tem noção de que a Igreja é um património de doutrina social”. Isabel Monteiro dá conta que as pessoas interiorizam “estas palavras de uma forma muito teórica não acompanhada de uma mudança de atitude”. A mudança de atitude passa pelo compromisso de provocar “mudança social. A sociedade não muda e os valores de solidariedade e justiça são apenas teorizados quando na prática temos dificuldade em os exercer como cristãos, ficando apenas um exercício enquanto cidadãos, que já de si é muito bom, mas torna-se insuficiente porque falta a consciência”, reflecte a vogal da direcção da Cáritas Portugal. Mais importante que ter boas ideias é importante ser criativo, “mas sendo operativo, tendo a coerência de que os cristãos têm uma missão que passa primeiramente por uma mudança de atitude”, que pede acção e que se passe de “uma leitura espiritualista da realidade para uma leitura espiritual da realidade que nos obriga a viver na e com a realidade para a transformar”, aponta Isabel Monteiro que acrescenta ainda que “os dirigentes da Cáritas precisam perceber que a sua missão não é qualquer uma”. Em Outubro abrem as inscrições, para que em Dezembro tenha lugar uma sessão experimental de forma a que em Janeiro o curso possa arrancar. Os participantes podem ainda escolher duas formas de participação: com avaliação os participantes têm acesso a um diploma, “uma mais valia através de créditos para uma valorização profissional”. Quem não pretender ser sujeito a avaliação, conta no final com um certificado de frequência. Isabel Monteiro garante que facilmente atingirão o número mínimo de participações que se situa entre as 30 a 35 inscrições.

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