Portugal: Cardeal-patriarca homenageia percurso «fortemente humanista» de Adriano Moreira

D. Manuel Clemente recorda «pensamento humanista e cristão» do político e académico português

Foto: Lusa

Lisboa, 23 out 2022 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa manifestou hoje o seu pesar pela morte de Adriano Moreira, este domingo, assinalando que o antigo líder do CDS-PP teve uma preocupação “fortemente humanista”, manifestando uma “memória agradecida”.

“É uma vida sempre muito fiel a sai própria, aos seus sentimentos e pensamentos, nos vários níveis”, referiu D. Manuel Clemente à Agência ECCLESIA.

O responsável católico evocou uma relação de várias décadas, com a última conversa, há duas semanas, a ter como pano de fundo a “preocupação com o futuro da Doutrina Social da Igreja”, um pensamento que “sempre tentou levar por diante, na sua atividade pessoal, política e académica”.

“Foi fiel ao seu pensamento humanista e cristão, que teve sempre, em diversas fases”, acrescentou o cardeal português.

O patriarca de Lisboa apresentou Adriano Moreira como exemplo de uma pessoa “íntegra, que se mantém fiel ao seu pensamento, verdadeiro”.

Já o presidente da República Portuguesa disse hoje que o antigo líder centrista, ministro de Salazar, foi um “lutador pela liberdade e pela democracia”, que sempre viveu “acima da história”.

“Durante 100 anos foi tudo ou quase tudo. Académico, mestre de civis e militares, lutador pela liberdade e pela democracia, depois reformador impossível em ditadura, ainda assim revogando o estatuto do indigenato, exilado, regressado, presidente de um partido político [CDS], vice-presidente da Assembleia da República, conselheiro de Estado”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, numa declaração no Palácio de Belém.

Adriano Moreira foi um admirador confesso do Papa Francisco, que via como protagonista da denúncia de uma “intolerável situação de um mundo de desigualdades”, onde persistem sinais de “escravatura” e “soberanias exploratórias”.

Em 2009, recebeu o Prémio de Cultura Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, que distinguiu “o percurso intelectual e cívico de uma figura que tem qualificadamente contribuído para a dignificação da vida pública portuguesa”.

PR/LFS/OC

 

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