Posição tomada em Conferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares da ONU
Lisboa, 11 ago 2022 (Ecclesia) – A Santa Sé manifestou a sua preocupação com ataques contra centrais nucleares, na guerra na Ucrânia, invocando os princípios do direito internacional para pedir o fim de qualquer ato militar nesta matéria.
“As instalações de energia nuclear, medicina e pesquisa não devem ser alvos de guerra”, destacou o chefe da delegação do Vaticano na conferência da ONU para revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que decorre em Nova Iorque, EUA, de 1 a 26 de agosto.
D. Gabriele Caccia alertou para o risco de um eventual ataque “contaminar radiologicamente as comunidades locais e o meio ambiente, prejudicando o presente e o futuro gerações”.
“O Protocolo I das Convenções de Genebra proíbe ataques a centrais nucleares e exorta a manter a proteção de bens civis entre as prioridades da agenda internacional, incluindo a proteção de centrais nucleares”, insistiu.
O arcebispo, citado pelo portal de notícias do Vaticano, reiterou a convicção da Igreja Católica de que a energia atómica deve ser usada apenas para fins pacíficos, tendo como prioridade o respeito pelas pessoas e a natureza.
“Centenas de milhões de toneladas de resíduos são produzidos todos os anos, em grande parte não biodegradáveis, altamente tóxicos e radioativos. Muitas vezes, as medidas só são tomadas depois de a saúde das pessoas ter sido irreversivelmente afetada”, advertiu ainda.
A Rússia pediu uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para abordar a situação na central nuclear ucraniana de Zaporijia, controlada pelas suas tropas e que, segundo alega, está sob ataque da Ucrânia.
Moscovo e Kiev acusam-se mutuamente de colocar em risco a segurança das instalações, que os militares russos tomaram na fase inicial da invasão, a 24 de fevereiro.
Esta quarta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 exigiram que a Rússia retire as suas forças dessa central e de outras na Ucrânia.
Já o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, descreveu na segunda-feira qualquer ataque a uma central nuclear como “uma missão suicida”, informa a Lusa.
OC